Crítica | John Wick – Um Novo Dia Para Matar
John Wick é um homem que não deixa assuntos inacabados. Já no começo dessa continuação de De Volta ao Jogo, somos empurrados para dentro de uma montanha russa alucinante de ação e violência características da vida do protagonista-título. E ação é o que não falta em John Wick – Um Novo Dia Para Matar, que eleva a escala das cenas de perseguição e combate a um nível mais ambicioso de excelência e grandiosidade.
Após recuperar seu carro e selar a paz com os russos que o perseguiram no filme original, John Wick (Keanu Reeves) procura agora a paz que tanto anseia encontrar após a morte de sua esposa. No entanto, seus planos são novamente interrompidos quando um figurão da Camorra napolitana (Riccardo Scamarcio) o procura para cumprir um juramento de sangue que ajudou a garantir sua liberdade no passado. A missão: matar a irmã do mafioso para que este possa ocupar seu lugar na liderança da Camorra. À medida que se empenha no cumprimento de sua missão, Wick percebe que não é uma tarefa tão simples quanto parece e que há interesses maiores e ocultos por trás de toda essa trama.
Novamente dirigido por Chad Stahelski, a continuação de De Volta ao Jogo aumenta a escala da narrativa e da ação, transportando o espectador para Itália até de volta a Nova York. As cenas de ação foram brilhantemente coreografadas. O que vemos em tela são sequências de luta que aproveitam bastante do potencial e da experiência de Keanu Reeves, tiroteios que nos prendem a atenção e cenas de perseguição frenéticas que jamais deixam o espectador entediado ou distraído. Contudo, a maior qualidade de John Wick – Um Novo Dia Para Matar é que o longa abraça sua condição de filme de ação e entrega ao público o que se propõe a fazer, isto é, um filme despretensioso e divertido, que se leva a sério na medida certa.
Claro que, para um filme como este funcionar, é preciso de um protagonista forte com uma presença de cena marcante. E Keanu Reeves é o ator certo para vestir a pele de um personagem conhecido por ser, nas palavras do mafioso russo na sequência de abertura, “um homem de foco, compromisso, e de extrema força de vontade“. Acreditamos nas narrativas que relatam a respeito de John Wick em grande parte por causa da presença de Reeves e do impacto que suas ações têm em nós. Além disso, o filme conta com uma ótima interpretação do ator italiano Riccardo Scamarcio como o vilão, frio e calculista, além das divertidas participações do lendário Franco Nero, como gerente do hotel de assassinos na Itália, e de Laurence Fishburne, que comanda uma rede alternativa de informações e serviços e que rende um divertido encontro entre os astros da trilogia Matrix.
Com um gancho preparado para um possível terceiro capítulo, John Wick – Um Novo Dia Para Matar cumpre com tudo aquilo que boas continuações fazem. Um filme que eleva a narrativa a um novo e diferente patamar superior. É sempre gratificante ver Keanu Reeves assumindo projetos que aproveitam o melhor que ele tem a oferecer, e que venha o terceiro capítulo da história do Bicho-Papão.
Por Lucas Ferreira