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Arrow | 5×14 – The Sin-Eater

Arrow, como todas as séries de herói, pode ser dividida em dois momentos: aqueles em que vemos um herói em ação e aqueles onde vemos a pessoa por trás da máscara lidando com o resto da sua vida. The Sin-Eater foi um episódio pensado para desenvolver essa segunda parte, e o resultado final foi melhor do que o esperado.

Quando foi anunciado quem seriam os vilões deste episódio, as primeiras coisas que vieram à mente foram: vai ser um filler e provavelmente vai ser ruim. Acho que não é necessário comentar o quanto fico feliz de ter errado nas duas suposições. O episódio teve sim uma parte ruim, que foi toda a história das três fugitivas procurando pelo dinheiro do Church. A função delas foi colocar um pouco de ação na história, mas The Sin-Eater teria sido muito melhor sem suas presenças (e mesmo sem nenhuma cena envolvendo o Team Arrow). Não foi o bastante para tornar o resultado final ruim, mas foi o suficiente para impedir que este fosse um ótimo episódio.

Com exceção das vilãs, que só apareceram para passar vergonha, The Sin-Eater teve como destaque o tratamento que deu aos personagens. Thea aqui é o principal destaque, e é bom vê-la sendo tão relevante depois de ficar um tempo sem aparecer. Este episódio deixou bem clara a independência da Thea com relação ao seu irmão, coisa que vem sendo trabalhada desde a terceira temporada, mas também seu amadurecimento no geral. Ela pode ter errado e causado mais danos do que queria, mas ela fez aquilo para proteger alguém que ama, e essa atitude proativa é algo que nunca veríamos na Thea do começo da série. Vale destacar também os momentos nos quais ela dividiu a tela com Quentin. A aproximação dos dois desde o começo da temporada vem sendo muito bem trabalhada pelos roteiristas, e isso ficou bem claro aqui.

Outros personagens não tiveram tanto destaque e o resto da equipe apenas existiu na maior parte do tempo, mas é bom ver como está o caminho de Dinah para se tornar a nova Canário Negro. Provavelmente algum episódio focado nela acontecerá logo e essa transição estará completa, mas esse momento de vulnerabilidade onde ela se questiona é muito bem-vindo.

Outro que esteve no centro de tudo foi o próprio Oliver. Dando mais atenção para seus feitos como prefeito, o que não é novidade depois do último episódio,  The Sin-Eater dá ao Oliver a chance de ter diálogos e interações que não envolvem sua outra identidade, e isso funciona bem. Oliver Queen teve altos e baixos ao longo da série, mas parece que ele finalmente está no caminho certo. Sem toda a aura “dark” do começo da série ou o drama excessivo dos últimos anos, o personagem se torna cada vez mais interessante e capaz de gerar diálogos de qualidade quando não está usando uma máscara.

No geral, The Sin-Eater explorou bem a família principal da série e mostrou que a ação não precisa ser sempre o centro das atenções. O episódio poderia ter sido melhor executado, mas conseguiu prender e público, isso sem falar no cliffhanger inesperado. Parece que cada vez mais o Oliver sem máscara será importante, e isso pode ser muito bom.