ReviewsSéries

Supergirl | 2×16 – Star-Crossed

Mais uma vez Supergirl abre mão de ser uma parte maior de um crossover para contar sua própria história, e dessa vez o que vimos foi a revelação da identidade dos alienígenas que estão “caçando” Mon-El desde o começo da temporada. É um pouco chato ver que a série é usada apenas como uma introdução para eventos maiores, mas enquanto isso resultar em episódios interessantes não existe muito motivo para reclamação.

É um pouco anticlimático descobrir que aqueles alienígenas que davam a impressão de estar se dirigindo à Terra para uma batalha, na verdade só estavam procurando por seu filho para poder voltar ao seu planeta. É verdade que o ataque de um grupo alienígena não seria necessariamente algo inovador para a série, mas mesmo assim o final pareceu muito fácil. É provável que a situação mude, o rei e a rainha de Daxam não devem desistir tão fácil assim do filho, mas agora a expectativa para um grande confronto caiu bastante.

Mas mesmo não sendo o que esperávamos, algumas coisas bem interessantes aconteceram. O fim prematuro do relacionamento de Kara com o herdeiro de Daxam não era algo previsto, e não sei até que ponto é positivo, mas pelo menos a revelação da verdadeira identidade de Mon-El traz um pouco mais de informação sobre o personagem. Levando em conta quem ele era e o que ele se tornou em tão pouco tempo, é bem provável que essa seja a mudança de personalidade mais rápida e drástica da série até aqui. Talvez rápida demais, mas pelo menos dá alguns créditos a mais para o personagem. Pena que a Kara não levou isso em conta.

E mesmo que não tenha acontecido um conflito entre os “invasores” e os terráqueos, nós pelo menos acompanhamos alguns momentos de interação muito interessantes. Desde que o planeta de Mon-El foi introduzido na série ele sempre é exemplo de tudo de ruim que pode existir: escravidão, ausência de moral por parte dos governantes e da população, uma oligarquia que reina à custa daqueles que não pertencem à classe mais alta. Levando em conta essa situação é muito interessante a escolha de palavras para algumas das falas. “Make Daxam great again” (“Faça Daxam grande outra vez“, em tradução livre) é uma referência clara ao presidente eleito dos EUA, comparando ele com um regime de governo extremamente falho e opressor. Pareceu muito apropriado, tanto pelo contexto político norte-americano quanto pelo passado da série em expor opiniões de modo mais claro que as outras de heróis. Ponto para os roteiristas.

Enquanto isso, fora da nave espacial da família real de Daxam, Winn teve bastante destaque no episódio. Seu relacionamento parecia mesmo bom demais para ser verdade… E finalmente a verdade apareceu. Dá um pouco de pena do personagem, mas isso é menos importante do que a história gerada pela situação. Não foi uma trama inovadora ou coisa parecida, mas a forma como trabalharam dois relacionamentos tão diferentes para poder gerar uma reflexão semelhante entre eles foi uma ideia boa. E todos saem ganhando com isso: o roteiro parece mais coeso e mais personagens ganham um destaque positivo na série. E sem tem alguém que andava meio esquecido e merecia esse destaque era o Winn.

Ainda existem várias possibilidades para os próximos eventos. Não sabemos para onde vai o relacionamento entre os heróis alienígenas da Terra, é provável que a família real de Daxam não desista tão facilmente dos seus objetivos (gerando um conflito). E enquanto tudo isso acontece, a Lillian Luthor continua foragida e provavelmente tramando algo grande. O final da série está cada vez mais próximo e parece que podemos esperar coisas bem interessantes de Supergirl nos próximos episódios.