Arrow | 5×22 – Missing
Este quinto ano de Arrow começou desacreditado. Depois de uma temporada e meia de decepções, a série tinha muito a provar e pouco tempo para fazer isso. E mesmo em uma situação tão complicada assim, os roteiristas, diretores e o elenco conseguiram dar a volta por cima e criaram uma história memorável. Missing é a culminação dessa volta por cima, a preparação de terreno para o grande clímax.
Tudo planejado para o episódio foi inteligente e contribuiu para o seu sucesso: o começo mais leve para compensar os diálogos mais pesados que viriam depois, o personagem principal no foco das atenções de modo positivo e o retorno de personagens antigos. Esses fatores tinham tudo para dar certo e a execução desses ótimos planos não deixou a desejar. Talvez o único problema do episódio tenha sido a ausência de momentos de tensão envolvendo os outros personagens.
É verdade que o foco em Oliver foi positivo, mas se a ideia é mostrar a equipe sendo sequestrada, um membro por vez, então uma direção que levasse isso para um lado mais assustador (no molde de um filme de terror, talvez) provavelmente beneficiaria mais no desenvolvimento da história, ou pelo menos contribuiria para o cliffhanger do final, e todos estaríamos mais convencidos de que algum membro do Team Arrow morrerá. Mas isso é um ponto de vista extremamente pessoal, e não é pelo caminho escolhido ter sido outro que o resultado final deixou de ser bom.
Mas não é porque tudo foi bom que não houve alguns “culpados” por tudo o que deu certo. Como dito antes, Missing deu atenção ao Oliver e, mais uma vez, Stephen Amell não decepcionou quando foi exigida uma reação mais emotiva. O desespero no final e o medo pela segurança do filho pareciam bem reais no rosto do ator. Outro destaque positivo de atuação foi Josh Segarra interpretando Adrian Chase. Não é de agora que o ator se destaca por uma ótima atuação na pele do personagem, e vê-lo alcançando um resultado tão bom justamente neste episódio onde seu tempo de tela foi grande, com certeza é agradável. As expressões faciais do nêmesis de Oliver tornam as interações entre eles muito mais realistas.
Outro fator marcante de Missing foi o retorno de vários rostos conhecidos. Yao Fei, Evelyn, Kovar (com mais tempo de tela do que no episódio anterior), Malcolm, Nyssa, “Laurel” e, é claro, Slade Wilson. Entre menores e maiores participações, pequenas e grandes surpresas, a união de todo esse elenco conseguiu dar um tom épico para o que está por vir. Kovar e Yao Fei deixaram os flashbacks ainda melhores do que já estavam, enquanto que o resto dos retornos montou o cenário para um confronto de proporções gigantescas no season finale. Os roteiristas conseguiram manter um bom equilíbrio no roteiro durante toda a temporada, mesmo com o elenco regular tendo um aumento significativo, mas parece que tudo o que eles fizeram foi um treinamento para poder reunir um grupo tão grande de pessoas para a batalha final. Tomara que as experiências do último ano tenham contribuído, porque todos esperam uma batalha épica.
Missing foi um episódio muito bom e conseguiu cumprir suas funções como preparação para o encerramento da temporada. Arrow não costuma decepcionar no final (quando decepciona é na temporada toda mesmo), então é possível que Lian Yu seja o melhor season finale desde o segundo ano da série, e é isso que os fãs merecem depois de ter passado por toda a saga de Damien Darhk.