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Supergirl | 2×22 – Nevertheless, She Persisted

Olhando para trás e analisando toda esta segunda temporada de Supergirl, uma coisa fica bem clara: a série superou todas as expectativas possíveis. É verdade que demorou até termos uma trama central, e por vezes pareceu seguir uma fórmula procedural em seu enredo, mas a verdade é que esse caminho escolhido pelos roteiristas era exatamente o que a série precisava, e isso ficou bem claro neste ótimo season finale: o enredo foi relevante e muito bom, mas o que brilhou foi o desenvolvimento dos personagens, que precisaram de um ano crescendo e lidando com novas situações para estarem prontos para tudo o que ocorreu em Nevertheless, She Persisted.

Mas antes de tocar neste assunto, que possui a personagem principal em seu núcleo, é melhor comentar sobre as grandes batalhas que foram prometidas. Supergirl contra Superman foi, sem dúvida, um dos pontos altos do episódio e uma ótima forma de começar este final de temporada. Tanto neste combate quanto na luta contra Rhea os efeitos especiais chamaram a atenção de modo positivo, apresentando uma qualidade bem alta para uma série de TV. E nos momentos em que os efeitos acabariam nos decepcionando, a direção das cenas de combate brilhou e os movimentos de câmera conseguiram não só adicionar “peso” às lutas (fazendo cada soco parecer mais real e potente), mas também tornaram mais dinâmicos os momentos de câmera lenta, de modo que mesmo com o slow motion tudo parecia acontecer rápido. Mas o que realmente fez a primeira luta ser tão impactante foi a derrota do Superman. Como alguém que nunca gostou muito dele, ver a prima do Homem de Aço jogando ele no chão desmaiado foi um momento bem feliz.

E o Superman não foi o único retorno importante. M’gann, mesmo com pouco tempo de tela, ajudou na recuperação de J’onn e foi para a batalha ao seu lado. É verdade que ver os alienígenas brancos lutando para defender a Terra não fez tanto sentido, mas ver os soldados de Daxam sendo espancados por esses oponentes tão maiores que eles acabou sendo bem divertido. Esse casal precisa de mais chance para se desenvolver na próxima temporada, por mais que seja difícil criar uma boa explicação sobre como isso seria possível, já que M’gann voltou para Marte.

Cat Grant, a mais ilustre entre os retornos para o final da temporada, mostrou mais uma vez por que ela faz falta na série. A personagem é um equilíbrio perfeito entre alívio cômico e fonte de sabedoria. As suas conversas com a Kara são realmente interessantes, de modo que chega a surpreender como os roteiristas conseguem escrever tantos diálogos inspiradores sem fazer isso parecer chato ou maçante. Infelizmente ela não deve voltar a ser regular tão cedo, mas foi bom ver que, mesmo ficando um tempo afastada, Calista Flockhart ainda consegue ser tão incrível ao interpretar sua personagem.

Chegou então a hora de falar da Supergirl e o porquê de uma temporada mais dispersa, sem um enredo central tão definido, ter sido uma boa escolha. A primeira temporada da série foi boa e explorou bem a personagem principal, mas muito do que passou fez com que ela fosse forçada a se desenvolver rápido. Dessa vez o foco da foi dar tempo para a personagem crescer, e era exatamente disso que ela precisava. Kara amadureceu muito ao longo do ano e muito disso se deve ao fato de que seu relacionamento com Mon-El não foi apressado, sua vida pessoal teve mais destaque porque a personagem precisava disso para poder lidar com tudo o que viria depois.

O mais surpreendente nessa situação é o fato de que em nenhum momento a série virou um romance ou um drama, tudo foi muito bem balanceado ao longo do ano, e este season finale mostrou bem isso. Os momentos dramáticos foram incríveis, muito bem escritos, atuados e dirigidos (a cena final onde a Supergirl está chorando enquanto voa com a Idina Menzel cantando “Small World” ao fundo é um ótimo exemplo disso), mas os combates acabaram roubando a cena. Não importa se o que você queria ver era a Supergirl socando a Rhea ou declarando seu amor ao Mon-El, as duas coisas aconteceram e tudo só foi possível devido à jornada da personagem. Sempre falo que se tem algo que os roteiristas fazem certo é escrever a personagem principal, e no fim das contas foi isso o que eles mais fizeram na temporada, o que explica o sucesso deste segundo ano de Supergirl.

Passada essa jornada toda, agora a série precisa pensar no futuro, e existem coisas a serem resolvidas. Os roteiristas podem explorar mais a raiva da Supergirl para trazer bons conflitos internos, podem dar mais atenção para o casal J’onn e M’gann (que teve mais uma despedida triste), podem dar um jeito de fazer o Jimmy ser algo além de um peso morto e, acima de tudo, devem garantir que o equilíbrio alcançado entre ação e drama se mantenha como está, porque isso vem sendo a chave do sucesso para a série.

Nevertheless, She Persisted foi o encerramento ideal para a temporada. Tudo o que acompanhamos ao longo do último ano teve seu clímax aqui. E não importa seu você gosta mais da ação, do romance, ou da Cat Grant, todos os fãs foram contemplados pelos eventos do episódio e isso é algo bem difícil de alcançar. Eu não sei você, mas eu já estou esperando a terceira temporada.