Crítica | Baywatch
Baywatch foi um programa de TV de sucesso iniciado no fim da década de 1980, protagonizado pelo hoje lendário David Hasselhoff, e trazia a rotina dos salva-vidas da praia de Malibu correndo em câmera lenta com seus maiôs e calções de banho, enquanto enfrentavam várias ameaças e confusões. O programa contou com beldades como Pamela Anderson e Carmen Electra e não é surpresa que, considerando todo o sucesso que fez e faz até hoje, que Hollywood esteja tentando rebootar essa história para os dias atuais, pondo Dwayne Johnson e Zac Efron para despertar o interesso do público que não conhece o show original.
Sendo muito sincero, o filme tem muitos problemas: a história é bastante tumultuada, alguns personagens são extremamente estereotipados e rasos e os efeitos especiais utilizados em algumas cenas de explosão doem a vista de tão ruins. Entretanto, o ritmo alucinado e a trama absurda e exagerada divertem, principalmente porque nenhum dos personagens se leva a sério, logo fica claro desde a primeira cena que não é um filme que está tentando ser mais do que é: uma comédia que faz graça com a ultra-sexualização dos seus personagens e com a canastrice dos vilões.
Na trama, o departamento de segurança praiana está sob risco e passando por muitos cortes de orçamento. Por este motivo, o chefe do departamento envia para uma das novas vagas Matt Brody (Efron), atleta ganhador de dois ouros olímpicos, mas que está cumprindo sua condicional por ter muitos problemas de comportamento. Mitch Buchannon (Dwayne Johnson) reluta, mas aceita o novato, junto com a linda e esperta Summer Quinn (Alexandra Daddario) e o gordinho divertido-esforçado Ronnie (Jon Bass). Juntos, eles vão lutar para tentar salvar vidas e desbaratar a rota do tráfico de drogas que está assolando o local.
Sobre os personagens, o destaque maior fica por conta de Matt Brody, dando vida a um bicampeão olímpico desajustado e egoísta que precisa aprender a trabalhar em equipe; Mitch Buchannon, como o capitão da equipe salva-vidas de Malibu; e Victoria Leeds (Priyanka Chopra), a nova proprietária de alguns empreendimentos da costa local que se revela como sendo a grande antagonista do filme. A química entre os personagens de Efron e Dwayne Johnson está excelente, realmente compramos a rivalidade entre eles, principalmente pelas piadas constantes que Matt sofre em relação à sua aparência de cantor de boy band e artista da Disney. Já Priyanka se limita a ser canastrona e usar todos os estereótipos de qualquer outro vilão megalomaníaco existente na TV ou cinema, mas pelo menos ela o faz tirando sarro disso, o que torna as coisas um pouco mais agradáveis.
O contraponto do filme fica por conta da tentativa de romance entre Summer e Matt e Ronnie, o gordinho desajeitado que luta para ser salva-vidas, com CJ (Kelly Rohrbach), a loira gostosona que corre em câmera lenta e usa maiôs super justos e provocantes. Gostei muito de Summer, principalmente por ela contribuir com o grupo mais com suas capacidades intelectuais do que com seus atributos físicos – dito isso, parabéns Alexandra Daddario, Deus te abençoe –, e de CJ, mas fica claro que Jon é o responsável por trazer os melhores momentos cômicos do filme.
Em suma, o saldo deste retorno de Baywatch é positivo e o filme diverte, principalmente por saber qual lugar pretende ocupar ao contar sua história. Não espere nada surpreendente ou inovador, é uma história simples, para se assistir apenas visando a diversão como um episódio mais longo da antiga série de TV.
P.S.: As participações de Pamela Anderson e David Hasselhoff, apesar de pequenas, são muito divertidas e icônicas.