Crítica | D.P.A. – O Filme
Quando os três amigos detetives mirins se infiltram na festa de aniversário da síndica do Prédio Azul, a bruxa Leocádia (Tamara Dax), eles não imaginam que estão prestes a presenciar o começo de um plano maligno de um dos convidados.
O filme ser envolvente não só para quem acompanha o programa foi uma preocupação do diretor André Pellenz (Minha Mãe é uma Peça – O Filme) desde o início, afinal os pequenos não iriam ao cinema sem a supervisão de alguém responsável. Essa preocupação não fica tão evidente nos primeiros minutos, quando os personagens começam a aparecer já com uma certa dinâmica, como na série. Porém, durante o desenrolar do longa é perceptível como essa introdução seria dispensável por conta da simplicidade que os personagens infantis carregam.
Um ponche de groselha que deixa vários convidados com piriri, como descreve a pequena Sol (Letícia Braga), é o estopim para a trama, e no dia seguinte os amigos têm que se virar para sair pelas ruas do Rio de Janeiro e encontrar os culpados entre os que estavam presentes na festa para salvar o Prédio Azul de uma possível demolição. Entre esses convidados estão os atores Ailton Graça (Temporão), Mariana Ximenes (Bibi Capa Preta), Otávio Müller (Jaime Quadros) e Maria Clara Gueiros (Mari P.).
Cenas em locações nunca aconteceram na série, pela primeira vez eles gravaram externas e o resultado foi bom. Assim como a solução para que os pequenos pudessem se locomover pela cidade, a Kombi azul do porteiro Severino (Ronaldo Reis). Com a desculpa de que farão um passeio de despedida – já que o prédio vai deixar de existir e cada um vai morar em um lugar -, os amigos passam por lugares incríveis (com destaque para biblioteca da bruxa Bibi Capa Preta) na busca por pistas e interagem com um sapo, uma cabra, uma coruja, entre outros animais. Entretenimento para qualquer pessoa. Até mesmo piadas com flatulência, que são clichês, funcionam bem nessa jornada dos detetives.
Já estava anunciado no trailer que os atores que interpretaram os detetives nas primeiras temporadas voltariam, e isso acontece de uma forma bem no limite do natural para um filme sobre bruxos e detetives. Os veteranos voltam e cada um tem um importante papel na resolução da história. Principalmente Mila (Letícia Pedro), que agora é uma aprendiz de bruxa. Para os pequenos fãs da série, a presença dos primeiros detetives com certeza foi importante. A produção teve essa preocupação até mesmo na série, que fez a transição dos personagens antigos para os novos de forma gradativa.
Difícil encontrar um destaque de atuação entre as crianças, todos são muito bons e estão bem nivelados. Entre os adultos o destaque fica com a interpretação de Ronaldo Reis, de Suely Franco (Vó Berta) e de Tamara Dax, que te obrigam a não desgrudar os olhos da tela com suas caras e bocas cômicas. Os efeitos, que incluem pessoas sendo transformadas em animais, outros feitiços e uma sequência final de perseguição submarina, são aceitáveis.
O final é empolgante, apesar de ser pouco surpreendente para um adulto. O filme faz questão de não deixar nenhuma aresta aberta e faz isso praticamente desenhando várias respostas a qualquer tipo de dúvidas que o espectador possa ter ficado. Bastante cor, magia e aventura. Um bom divertimento.