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Crítica | 7 Desejos

Do mesmo diretor de Annabelle, chega até nós 7 Desejos, um filme que mistura misticismo oriental e clichês norte-americanos. Poderia com certeza ter sido melhor do que foi, como seu trailer prometera, mas, como sabemos, é sempre bom não esperar muito de um filme de terror. Algumas vezes podemos ser impressionados e ter uma boa experiência, este não é o caso.

O roteiro escrito por Barbara Marshall – autora de Viral – é bem simples e não traz nenhum elemento que já não seja de nosso conhecimento. A questão não é essa, afinal hoje em dia nada se cria, tudo se copia. O ponto é que a dinâmica do filme é previsível, o que o torna apenas mais um a empoeirar na prateleira. Retirando o elemento da caixa demoníaca, temos uma adolescente americana, Clare, que é apaixonada por um rapaz popular, ao mesmo tempo que sofre com as brincadeiras de mau gosto praticadas contra ela pela garota mais famosa da escola. Ela tem amigas que a apoiam, mas sua vida é um pouco trash, literalmente falando, uma vez que seu pai trabalha procurando sucata nos lixos da cidade, e figurativamente, por sua mãe ter se matado.

A caixa entra na vida de Clare da mesma forma que muitas coisas entraram em sua casa: o pai trouxe do lixo. Ela representa o elemento diferencial do filme, que permite que o classifiquemos como terror e não como drama adolescente. Fato é que com essa caixa Clare consegue se tornar popular, namorar o rapaz que sempre quis e, de quebra, ainda herdar uma boa grana de um tio rico.

Podemos dizer que este longa é uma versão macabra de Meninas Malvadas. A cada passo para se tornar Regina George, uma pessoa morre. Clare não parece muito preocupada com isso até que recebe auxílio de alguns amigos, mas no momento em que se dá conta do erro que cometera, já é tarde demais. Ela é, de fato, uma personagem egoísta e de pensamento pequeno. Poderia ter desejado inúmeras coisas, mas só pensou em seu bem-estar material e social. Poderia ter pensado em sua mãe, ou em seus amigos, mas a influência maligna da caixa não permitiu.

É um filme mediano que se mantém desta maneira até o fim. Seu desfecho, cuja intenção deveria ser causar espanto ou impressionar quem assiste, é, na verdade, previsível. A personagem principal não é nada carismática, suas ações são infantis, além de irresponsáveis, e seu desenvolvimento – sua redenção – é limitado. A história poderia ter se aprofundado mais no elemento fantástico – a caixa – em si do que na vida de uma adolescente problemática. É inicialmente uma mistura interessante, mas que para dar certo precisaria de um outro foco.