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Game of Thrones | 7×03 – The Queen’s Justice

Depois de dois episódios com tom e conduções diferentes de todas as outras horas iniciais de Game of Thrones, os roteiristas da série não desaceleram e tornaram The Queen’s Justice um dos momentos mais emblemáticos da história do show. É como se as pausas para as jogadas no extenso tabuleiro do jogo não existissem mais. Não existindo enrolação, a série não precisa mais empurrar twists e eventos grandiosos para as últimas horas da temporada, e a sensação de estarmos assistindo um dos clássicos nonos episódios é a que fica. O único problema aqui é que o monstro da expectativa vai sendo alimentado e, se o sétimo ano continuar assim, ficaremos mal-acostumados… Leia-se a cobrança será bem maior.

Muita gente apostou que o encontro de Jon com Daenerys seria um dos cliffhangers da semana, mas qual não foi a nossa surpresa quando o episódio abre com o tão aguardado embate. Sim, falo embate pois não houve candura nem meias palavras no encontro. Na proporção que alguns esperavam este momento, muitos outros fãs temiam que ele pendesse para o piegas e já forçassem uma relação branda entre os personagens. Felizmente não foi isso o que aconteceu. Gostei que a roupa suja de Westeros continua sendo lavada desde que Dany chegou em Pedra do Dragão. Para cada ameaça e história de vida que a Mãe dos Dragões contava, Jon tinha outra paralela. Os dois personagens passaram por muitas coisas desde a primeira temporada e eu fiquei genuinamente surpreso com o desempenho de Emilia Clarke e Kit Harington, fácil os dois atores mais fracos de toda a série.

Tyrion e Davos também estiveram muito bem ao medirem o conhecimento sobre Westeros, mas os dois conselheiros continuam dois passos atrás de Cersei e seu Pequeno Conselho de um homem só, que atende pelo nome de Qyburn. Depois de massacrar parte do exército aliado à Daenerys com a ajuda de Euron, Cersei ganha os presentes que o pirata prometeu e executa outra vingança macabra com a ajuda de Qyburn. A rainha Lannister, no entanto, não para por aí. Numa jogada brilhante que põe toda a estratégia de Tyrion no chão, ela cerca os Imaculados em Rochedo Casterly e consegue saquear Jardim de Cima para quitar a dívida com o Banco de Ferro.

É neste momento que o conselho que Olenna deu semana passada passa a fazer ainda mais sentido. Não tem como conseguir os Sete Reinos lutando contra os monstros que os governam sem se tornar um. Convenhamos também que depois de ver do que os habitantes de Porto Real são capazes – já é a segunda vez que humilham mulheres nas ruas da capital –, não tem ninguém inocente por lá. Pode até parecer muita frieza da minha parte, mas é a verdade. Só basta atentar para quem é que está ganhando até o momento. No fim, a única coisa que me deixou triste nas vitórias Lannister foi o fato de termos que nos despedir de Olenna. A Rainha dos Espinhos foi em toda a sua trajetória um dos personagens mais preciosos de Game of Thrones, seguindo o exato oposto da galera de Dorne. É cedo para falar ainda, mas seria de bom tom as premiações presentearem Dame Diana Rigg ano que vem. Ela não pode sair da série sem esse adorno.

Adoro quando uma série me faz pagar pelas dúvidas, e esta semana Game of Thrones também conseguiu fazer isso. Se na review da semana passada eu reclamei da mesmice e repetição envolvendo Mindinho, nesta ele veio com o conselho mais verdadeiro desde que começou a falar na série. O lance de enxergar tudo o que está acontecendo como um evento só e não como desdobramentos únicos é o que vem garantindo as vitórias de Cersei desde o episódio passado. O bom é que Sansa também sabe disso e eu queria muito que o papel dela no futuro fosse o de literalmente servir de norte para os heróis de viseira como Jon e Daenerys.

Em Winterfell a gente também viu a chegada de Bran, e vou reforçar mais uma vez que meus olhos sempre ficam marejados quando eu vejo um reencontro dos Stark. Só achei que o modo completo de Corvo de Três Olhos que o Bran entregou foi inversamente proporcional à atuação de Isaac Hempstead Wright. A cena no Bosque Coração foi muito ruim e a culpa foi do ator.

Semana que vem já entraremos na segunda metade da sétima temporada e a sensação de que tudo está indo muito rápido vai me deixando mais e mais atônito. Não acho ruim e não quero que desacelere, mas é que desse jeito a finale chega e ficaremos à míngua mais uma vez esperando um novo e infelizmente último ano. Portanto, calma aí Game of Thrones.

P.S.1: A cena entre Varys e Melisandre foi de uma preciosidade que só a série consegue entregar. Só fico triste que na proporção que a Sacerdotisa Vermelha nos conquistou, o tempo de cena dela diminuiu.

P.S.2: A cura rápida de Sor Jorah também entra na lista de eventos full speed da temporada, né?

P.S.3: Protejam a Missandei sempre!

P.S.4: R.I.P., Olenna Tyrell. Você vai fazer falta, sua linda.

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