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Valerian e a Cidade dos Mil Planetas | Saiba como foi a coletiva de imprensa com Luc Besson e Dane DeHaan em São Paulo

O consagrado diretor francês Luc Besson e o ator americano Dane DeHaan chegaram ao Brasil nesta quinta-feira (3) para divulgar e comentar alguns detalhes do filme Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, que estreia nos cinemas nacionais no dia 10 de agosto. Durante a coletiva realizada em São Paulo, as estrelas foram recepcionadas por jornalistas que anteriormente tiveram a oportunidade de assistir ao longa em uma cabine de imprensa toda caracterizada especificamente para a produção. O hall, que contava com diversos banners, apostou em lindos tons de azul ao trazer uma iluminação que parecia ser recebida do espaço, concedendo mais vivacidade para a sala que também acolhia uma linda réplica da nave intergaláctica SkyJet, reproduzindo a mesma exibida durante o filme.

Voltando um pouquinho no tempo, o diretor Luc Besson contou sobre como foi descobrir seus heróis de infância Laureline e Valerian. Foi por volta dos meus dez anos que encontrei Valerian sem som e em preto e branco. Eu me lembro de olhar para a tela e pensar: esses são meus verdadeiros heróis, essa dupla é tão humana, eles querem proteger os planetas e preservar a humanidade. Aquilo instantaneamente foi me seduzindo e quando vi já tinha me apaixonando por Laureline“, contou aos risos.

Após isso, o visionário diretor comentou sobre como foi a seleção do casting, que conta com uma estrela do pop e uma modelo na produção. “Conheci a Rihanna durante a escalação do casting. Eu nem sabia que ela também era cantora, mas a estrela se deixou levar e o lado rainha do pop ficou totalmente fora do set de gravação. Agora no caso da Cara Delevingne, eu olhei e pensei: essa garota pode ser a Laureline. E com isso testei, ou melhor, torturei ela por muito tempo para ter a certeza de que havia escolhido a atriz certa para mim, pois acredito que, além de modelo, Cara é uma atriz nata”, disse Besson.

Aproveitando a deixa, o ator Dane DeHaan utilizou o tempo para explanar o assunto também falando sobre como foi fazer parte do elenco. “Rihanna e Cara são realmente maravilhosas, umas das pessoas mais trabalhadoras que eu já conheci em toda minha vida. Era comum ver a cantora saindo do set direto para algum show ou então ver Cara terminar as filmagens e correr para algum desfile. Muita gente não percebe, mas elas trabalham muito para provar que podem ser bem mais do que isso“, explicou o ator.

DeHaan também falou sobre como foi encarnar seu personagem no filme. “Fisicamente, posso dizer que o Major Valerian foi o papel mais desafiador que eu já fiz, pois na tela o personagem nunca se cansa, então a todo momento eu estava correndo ou sendo pendurado por cabos, foi muito divertido“, completou. 

Em seguida, como era de se esperar, o fato de o título possuir mais de 2.300 efeitos especiais gerou muitas perguntas, e Luc Besson relatou que teve certa dificuldade para transmitir todas as vontade que tinha aos técnicos, aproveitando para citar como funcionou a utilização do bluescreen dentro do set:

Eu sou um sonhador, um pintor, eu vivo e sonho o dia inteiro. Através da minha liberdade, tento defender a vontade dos outros que a cada dia perdem esses pequenos pedacinhos. Desse modo, para conseguir suprir meus objetivos e não limitar meus ilustradores, deixei todos eles isolados um dos outros por algo em torno de um ano, enquanto uma vez por semana discutia com cada um as ideias que traziam. Os resultados disso foram seis mil ilustrações de planetas e espécies de alienígenas diferentes, onde tive que organizar e selecionar para decidir quais deles usaria“, destacou o diretor, que continuou no assunto detalhando como foi todo o processo com a equipe do filme:

É difícil ser um ator, olhar para aquela tela e ter que imaginar tudo que está ali, quando na realidade você está contracenando com uma bola de tênis. Me recordo que no início foi difícil para toda equipe, inclusive os atores, conseguirem entender tudo o que eu queria. Por mais de uma vez eu tive que explicar e mesmo assim todos olhavam para mim pasmos, sem saber como prosseguir. Então, certo dia, peguei os alunos da minha escola de cinema em Paris e coloquei todos eles para elucidar as ideias que eu pretendia. Filmei tudo o que era necessário transmitir e, com isso, minha equipe teve uma noção do que eu exigia e começou a produzir. Contudo, foram seis meses planejando e mais dois anos e meio criando os efeitos especiais”, explicou Besson.

O ator e o diretor papearam também sobre quais eram suas cenas preferidas, expressando no final qual a mensagem que o filme transmite. Dane foi o primeiro a falar: “Eu realmente adoro a sequência de abertura, quando vemos o Alpha antes de sermos apresentados aos outros planetas. Esse é um ótimo começo para o público ver e ter noção de quão grande é o senso de comunidade entre os planetas do filme. O longa nos ensina que devemos deixar para trás a cobiça, largando essa ânsia por poder. Superando isso, a humanidade terá a oportunidade de conseguir viver em harmonia“, disse.

Logo após, foi a vez de Luc opinar sobre suas preferências:

A complexidade presente na cena do grande mercado é uma que me atrai muito, pois retrata a possibilidade de estar e visitar dois mundos diferentes ao mesmo tempo. Notamos todas espécies em cena, os diversos cenários, tudo é muito envolvente. Na trama temos o planeta das pérolas, local que revela uma sociedade perfeita, linda e em harmonia com a natureza. Por outro lado, temos os humanos querendo devastar essa raça por cobiça, egoísmo, sobrevivência. Fica claro visualizar que esse lugar especial retrata tudo o que nós deveríamos, mas não chegamos a ser. Temos como exemplo a história dos índios, da África, da América do Sul, entre muitas outras que expõem o quanto tivemos tempo e discernimento para aprender com os erros ao longo do tempo. Contudo, continuamos insistindo nos mesmos problemas, repetindo novamente esses erros. No mínimo, posso dizer, que é engraçado assistir a um filme sobre alienígenas que nos ensinam a viver, que nos mostram como ser mais humanos“, finalizou o diretor.

Para encerrar a coletiva, Luc Besson reforçou que esse não é um filme de super-heróis, pois a história dele permite que o público se identifique com os personagens, sendo possível relembrar da força dos nossos pais e avós. O diretor disse ainda que o intuito sempre foi o de retratar uma história de amor, trazer à tona a força que a dupla Valerian e Laureline têm.

Fotos: Divulgação/Agência Febre