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The Walking Dead | 8×02 – The Damned

Após uma season premiere bem meia-boca que nem pareceu digna de ser o centésimo episódio da série, ou pareceu?The Walking Dead trouxe um episódio bem melhor, recheado de ação sim, mas colocando seu protagonista contra a parede literalmente, além de conflitos sobre o que é estar em guerra nesse mundo apocalíptico. Rick & Cia parecem entender a cada dia que para vencer os Salvadores eles terão que se portar como o inimigo ou a derrota será inevitável. Claro que nem todos pensam assim, temos Jesus honrando o nome que tem e questionando tudo isso. Vamos falar um pouco então sobre The Damned, o segundo episódio da oitava temporada.

The Damned, os condenados em tradução livre, trouxe conflitos por pelo menos três frentes. Em busca de armas, o grupo encurrala um dos postos dos Salvadores com tiro, porrada e bomba. Quem sofreu foi Eric, que baleado seriamente deve ser o próximo a deixar a produção. Sobre essa parte não há muito o que dizer, além de que isso deve aprofundar a história de Aaron na série. Perder alguém sempre faz aflorar alguma parte desconhecida de cada personagem, é assim desde o princípio. Como Aaron vai se portar é um mistério, entretanto ele já apanhou muito dos Salvadores, assim deverá ser mais um sedento por vingança. Mas por enquanto isso é só especulação.

Falando do que é concreto, Morgan se transformou num personagem bem mais interessante neste episódio. Foi muito badass dizer “não se preocupe comigo, eu não morro” e sair matando todo mundo quase sem olhar para onde estava atirando. Isso lembra o que fazia de Carol uma boa personagem tempos atrás. Se Morgan agora é frio e calculista, Jesus assume o papel do misericordioso. Isso nunca deu muito certo, e confiar que os Salvadores vão se render sem nem pensar em revidar é inocência. Jesus acabou sendo o cara que tirou a graça do episódio, papel que já foi de Morgan. Parece que os roteiristas hesitam na ideia de “guerra total” que tentam promover. Mas ok, é uma ideia lógica tentar trazer mais soldados para o seu lado poupando a vida deles. De fato, é a melhor estratégia. Jesus salvou os Salvadores e foi o verdadeiro salvador deste episódio. (Perdão, mas é muita munição para trocadilho).

Do outro lado da bagunça, eu fiquei com pena da Carol tendo que ficar ouvindo os discursos viajados do Ezekiel. Ela já foi muito mais do que está apresentando recentemente. Não sei se os roteiristas cansaram dela, mas seria muito legal ver uma dupla com o novo Morgan. Negan cairia no episódio 8×03. Ainda espero vê-la em ação como nos velhos tempos que explodiu o terminal.

E, por fim, Rick. Cada vez rumo à insanidade, Rick realmente parece que não entende de nada, como sempre repete Negan. À procura de armas, lutou ferozmente contra um dos Salvadores para encontrar uma criança. Depois ele se olha no espelho e pensa “sim, poderia ser eu”. Essa tentativa de humanizar o inimigo é muito válida, afinal, apesar de “todos serem Negan”, na verdade poucos são insanos igual ele. A maioria é “gente como a gente”. Agora o tal Morales foi forçar a barra. Só o fã mais viciado lembra quem é esse cara. Eu esqueci até do T-Dog já. O episódio fechou com um cliffhanger interessante que só aumenta os boatos sobre Rick morrer nesta temporada.

Sobre a queda de audiência… Eu não sei se foi a exposição gráfica extrema da morte de Glenn ou de fato o povo ter se tocado que essa série não vai para lugar nenhum, mas fato é que a audiência caiu pela metade e acho que não há retorno. Sim, é hora de pensar em encerrar com um final digno do que rastejar até onde for possível. A morte de Negan deveria ser o fim da série, independe de ter mais história nos quadrinhos. São mídias diferentes e funcionam de forma diferente. The Walking Dead não tem mais gás, o público já percebeu.