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Supergirl | 3×05 – Damage

Se tem um elogio constante aos roteiristas de Supergirl é o quanto eles são capazes de escrever bem episódios mais dramáticos. É impressionante como conseguem fazer com que um episódio de uma série de super-herói quase não tenha ação e mesmo assim seja ótimo.

As duas principais histórias de Damage foram: a triste separação do casal Alex e Maggie e um surto de jovens indo para hospitais com sintomas de envenenamento por chumbo. O primeiro desses enredos foi o mais inesperado e os bons resultados foram surpreendentes. O trabalho em equipe entre Kara e Samantha foi um desenvolvimento interessante e com certeza foi mostrado aqui para colocar um tom mais pessoal ao confronto das duas quando a nova kryptoniana se tornar inimiga da Supergirl. Mas além de boa escolha de roteiro, o sucesso dessas cenas se deu por causa das interações entre as personagens. Elas de fato formaram uma dupla legal na frente das câmeras e isso ajuda bastante.

Entretanto, nem tudo foi bom nesta parte da história. Lena tinha se mostrado, até aqui, uma das personagens mais emocionalmente fortes da série e esse momento de fraqueza quando seu nome foi jogado na lama não a serviu muito bem. Entendo que a ideia seja humanizar a personagem e talvez até torná-la mais “real”, mas esse não foi um bom momento para isso. Ela poderia ter tido um papel um pouco mais ativo na descoberta da verdade, e isso é inegável.

Falando em tornar algo mais real, nada teve mais cara de vida real do que a separação entre Alex e Maggie. Elas eram, de longe, o melhor casal entre as séries da DC e com certeza deixarão saudades. O interessante é que esse casal funcionava tão bem porque suas histórias e seus problemas pareciam reais. Mesmo inseridas em um universo fantasioso era possível se identificar com as personagens, e foi justamente uma situação extremamente plausível e real que as separou. A decisão de ter ou não filhos é uma das que com mais facilidade pode destruir um relacionamento tão sério quanto o que elas tinham, e essa foi a primeira vez que a suposta veracidade desse romance teve uma consequência negativa.

Claro que quando digo “negativa” não estou criticando o roteiro, até porque se a ideia era separar o casal, não consigo pensar em uma forma melhor, mas sim me refiro ao fato de que esse relacionamento deixará saudades. A química das duas era fantástica e neste episódio isso ficou muito claro. A dinâmica entre elas sempre era um ponto positivo nos episódios, é triste ver que isso ou deixará de existir ou sofrerá, no mínimo, uma mudança drástica de funcionamento.

Para tudo isso acontecer e ser bem feito, é óbvio que os diálogos são um ponto vital, e aqui eles não decepcionaram. As interações entre os diferentes personagens da série foram ótimas o tempo todo e isso é algo cada vez mais raro nas séries da DC. Claro que não basta os diálogos serem bons se quem dá vida a eles não faz um bom trabalho, e em Damage é preciso usar um espaço na review para elogiar as atuações. Katie McGrath (Lena), Chyler Leigh (Alex) e Floriana Lima (Maggie) fizeram um ótimo trabalho e merecem reconhecimento por isso. Ninguém no elenco deixou a desejar, mas essas três atrizes foram absolutamente fantásticas.

Damage foi um dos episódios mais emocionantes de toda a série, mostrou o que de melhor Supergirl pode produzir em termos de enredos dramáticos e explorou muito bem a qualidade do elenco. Não dá para falar que todos os episódios têm que ser assim porque precisamos de um pouco de ação, mas a qualidade vista aqui realmente deveria aparecer mais vezes.