The Resident | Cuidado com o falso médico de Taubaté!
Agora é a vez do canal FOX voltar a investir em série médica depois de The Mob Doctor, Rosewood e House – esta última sendo a única que deu realmente certo para a emissora – para, quem sabe assim, ter a sua Grey’s Anatomy no quesito sucesso. Porém, a tentativa é bastante falha.
The Resident conta a história do jovem médico Devon Pravesh (Manish Dayal). Ele começa seu primeiro dia sob a supervisão de um residente sênior, o Dr. Conrad Hawkins (Matt Czuchry), que revela o lado bom e o ruim da medicina moderna. Ele ensina ao jovem doutor que nem sempre os livros de medicina estão certos em tudo o que dizem e que a vida real o ensinará.
Neste primeiro episódio, Dr. Conrad é praticamente a estrela do hospital entre seus colegas de trabalho e pacientes devido aos seus métodos, e, é claro, tudo o que acontece é para mostrar como ele mesmo aparentando ser prepotente, egocêntrico, autoritário e dono da verdade, é excelente no que faz. Mas ao acompanhar seu desenvolvimento, é bem possível achar que seu personagem é chato. É aquele tipo no qual ou você ama ou odeia, não tem meio-termo. Sobre suas habilidades de medicina, não dá para contestá-las, porém um personagem acima da média e exagerado não dá para agradar a todos também.
Em contrapartida, temos o Dr. Devon, que é o grande protagonista da história, mas totalmente o contrário de seu residente sênior. Claro que anos de experiência separam esses dois de um ponto A para um ponto B, mas um personagem assim, mesmo sem carisma, faz parecer que não há uma motivação real para ele além de ser só um médico. A diferença aqui é que pelo menos este nos faz querer acompanhar a evolução de sua personalidade e de seus métodos aprendidos com os ensinamentos no decorrer dos episódios.
Diferente de algumas séries médicas, The Resident possui um vilão. Sim, um vilão médico. O Dr. Randolph Bell (Bruce Greenwood) é o antagonista da história. Os primeiros minutos do episódio já mostram o porquê deste personagem levar este título e, durante os 40 minutos do piloto, afirma-se tudo o que já vimos no começo. Ele é odiável, e isso não é algo ruim. É diferente, pelo menos. Neste tipo de série não temos aquele grande personagem que está ali só para mostrar que pode e para fazer mal aos outros, mas o Dr. Bell é assim. Ele é um superstar entre os médicos e o público, todos o amam, mas o que desconhecem é que ele não sabe mais o que faz. Um dos motivos de o telespectador poder querer acompanhar esta série talvez seja a ansiedade com a hora em que este personagem vai se dar mal, e que seja o quanto antes.
Mas o que muita gente esperava era a volta de Emily VanCamp às telinhas após Revenge. Ela interpreta a enfermeira Nicolette Nevin, mas se você ainda não assistiu, vá com as expectativas bem baixas, pois a personagem não faz nada demais neste primeiro episódio. Ela já conta, basicamente, o motivo de trabalhar na área da saúde e nem gera a curiosidade. Parece que a única coisa que a personagem pode fazer é ser par romântico do Dr. Conrad, infelizmente.
O episódio piloto de The Resident acaba sendo, no final das contas, totalmente exagerado. Como já dito, é uma tentativa de ser Grey’s Anatomy, que já tem diversos excessos, mas essa série parece que quer superar isso e consegue ser ainda mais exagerada. Isso acontece tanto no desenvolvimento dos casos quanto na vida das pessoas. A história também não é nada inovadora e parece comum demais, como se já tivéssemos assistido algo do tipo em outras produções do gênero. Porém, mesmo que este capítulo inicial não seja mil maravilhas, a trama acaba se tornando levemente interessante mais por conta do plot do médico vilão do que pelos outros personagens. É aquele tipo de série que se você deixar de acompanhá-la em algum momento, não vai perder nada.
The Resident é uma série de personagens extremos: ou são exagerados demais, ou são de menos, ou são apáticos. A história não tem novidade e será difícil fazer o público acompanhar algo que potencialmente tem tudo para ser mais do mesmo.