Arrow | 6×13 – The Devil’s Greatest Trick
Finalmente Arrow concluiu o arco envolvendo Cayden James e seu grupo de criminosos. Com surpresas, emoção forçada e confrontos com diferentes níveis de qualidade, a série do Arqueiro Verde finalmente apresentou o maior vilão do seu sexto ano, e infelizmente não tem como não ficar um pouco decepcionado.
The Devil’s Greatest Trick foi um episódio muito bom, e isso precisa ser dito. Entre momentos surpreendentes e situações previsíveis, a série conseguiu concluir até que bem um arco que no papel era muito promissor, mas que na execução foi um tanto inconsistente. Cayden James foi, tecnicamente, o mais inteligente dos vilões enfrentados pelo Team Arrow e isso criou situações muito interessantes. Depois de seis temporadas, fica difícil criar algo completamente novo quando é necessário que o objetivo do vilão seja destruir o personagem principal, a cidade ou os dois, mas ao longo desses 13 episódios o que vimos foi uma tentativa clara de fazer algo diferente. O grande inimigo na verdade era um grupo, e o líder desse grupo tinha motivações bem diferentes das que estamos acostumados. É verdade que infelizmente acabamos vendo vários elementos reciclados de outras temporadas na execução dessa ideia diferente, mas o fato de que algo novo foi tentado já soa bem promissor.
E não é como se tudo fosse repetido, o próprio líder dos vilões, Cayden James, foi uma novidade interessante, e justamente em The Devil’s Greatest Trick que ele fez sua melhor participação. O personagem finalmente se mostrou mais complexo do que aparentava ser e conseguiu se tornar muito mais humano. Vimos um lado dele diferente desse hacker invencível, e foi uma experiência muito positiva. Aliás, os vilões no geral tiveram os melhores momentos neste episódio. Além de todas as cenas envolvendo Cayden, ainda tivemos a tão esperada revanche entre a Canário Negro e a Black Siren. A batalha foi mais curta do que deveria e o empate no final foi um tanto anticlimático, mas o antagonismo que existe entre elas é um elemento que dificilmente se tornará chato, então provavelmente essa não foi a última luta entre as personagens.
Ricardo Diaz foi outra surpresa. Se ele será um bom vilão principal ainda não é possível dizer, mas ele foi responsável pela reviravolta mais interessante do episódio. De todos os vilões no grupo de Cayden, ele parecia ser o menos importante, talvez aquele com menos motivos para ter tanto trabalho para destruir o Team Arrow, então é difícil não se surpreender com o fato de que ele além de ser muito mais inteligente do que aparenta, também será mais relevante do que esperávamos.
Mas falando em ir contra as expectativas, é preciso voltar um e pouco e comentar mais sobre a Black Siren. Parece que de fato existe algo de bom nela, ou pelo menos uma chance de torná-la uma pessoa melhor, e Quentin não deve desistir tão fácil dela. Se isso vai gerar resultados bons ainda é cedo para prever, mas as interações entre esses personagens até agora não decepcionaram, então só nos resta torcer para que todo esse plot seja mais do que um drama desnecessário e de fato contribua para a série.
Mas infelizmente nem tudo foi perfeito. Enquanto os vilões se destacavam, os heróis acabaram decepcionando um pouco. Dinah, ainda furiosa por causa da morte de seu amado, cumpriu com o esperado e foi uma das personagens mais relevantes do episódio, tendo muito mais destaque que seus colegas de equipe, mas tudo parece muito forçado. É bem compreensível que ela queira matar os responsáveis pela morte do Vincent, mas não é a primeira vez que a personagem ignora o perigo que a cidade está correndo para ir atrás de sua vingança. Isso é um tanto preocupante.
A Canário Negro é uma das maiores heroínas da DC nos quadrinhos e até agora ela foi mostrada como uma vigilante em treinamento, na pele da Laurel, e atualmente como alguém que ignora milhares de pessoas para ir atrás de uma vingança. Não é bem isso que se esperava da personagem quando o mantou passou para a Dinah, e parece que teremos de esperar um pouco mais para vê-la sendo de fato uma grande heroína. Só fica a torcida para que não demore muito.
Outro ponto problemático não foi um dos heróis em si, mas o seu filho. Colocar o William do lado da bomba foi uma forma extremamente descarada de aumentar a tensão do episódio. Poderia ter funcionado melhor, mas foi tão forçado que pareceu desnecessário e acabou prejudicando a cena. Desde o começo da temporada parece que os roteiristas não sabem bem o que fazer com o filho do Oliver, mas se a única utilidade dele for ser a vítima, talvez fosse bom matar o personagem para ver como o Oliver lidaria com essa perda. A série se livraria de um peso e algo de interessante poderia vir disso.
The Devil’s Greatest Trick foi uma boa conclusão para o arco de Cayden James e deixou algumas promessas interessantes para o resto da temporada. É verdade que também foi forçado em alguns momentos e um pouco anticlimático em outros, mas olhando o episódio como um todo é impossível negar que o saldo foi positivo.