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Dia Internacional da Mulher | Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas

William Marston é o inventor do detector de mentiras mais famoso na história. Contudo, ele também é o criador de nada menos que a nossa Princesa Diana de Themyscira. O psicólogo, interpretado no filme por Luke Evans, estava prestes a desistir de suas teorias e invenção com a esposa Elizabeth (Rebecca Hall), até que ambos conheceram a estudante Olive (Bella Heathcote) e se apaixonaram. Porém, o poliamor não era nada comum na época, assim como ainda não é hoje em dia, e deste romance William tirou a personagem mais icônica da atualidade.

O filme trata do risco de carreira que os Marston e Olive passaram, de como seu romance inspirou a primeira leva de HQs da Mulher-Maravilha com conteúdos sexuais, que envolviam a teoria do psicólogo sobre BDSM (chamado de DISC pelo mesmo na época), e todo o desenvolvimento para que a nossa personagem fosse vendida, aceita e amada pelo público. Diana é simplesmente a junção das características favoritas de William nas suas mulheres: desde o cabelo até a origem grega, passando pela perseverança e desejo de justiça. Olive e Elizabeth também tiveram que passar por barreiras por serem um casal lésbico na época, e suas dificuldades para se relacionar com William não as impediram de terminar seus dias juntas, felizes e com os filhos do poliamor.

E hoje, 2018, num mundo cheio de Mulheres-Maravilhas, acredito que William estaria mais do que orgulhoso de sua princesa moldada por Zeus. Afinal, com a estreia de seu filme solo, Diana tornou-se o símbolo de justiça atual que Marston tanto via em suas esposas. E por que não dizer o que o mundo precisa atualmente? Pois temos tantos bons exemplos de guerreiras fortes ao nosso redor que cometemos o mesmo questionamento de Kara Zor-El na primeira temporada de Supergirl. Mas temos que lembrar, assim como Marston, de que mulheres também são meninas, que a inocência que ele via nos olhos de Olive, Gadot transpassa hoje em tela. A força dos velhos deuses vive em cada uma de nós, e mesmo com medo, incertezas e inseguranças no dia a dia, é sempre válido lembrar o poder secreto que habita aqui dentro.

Não importa se nos chamam de meninas ou de mulheres, a terminação é só um adendo para determinar o que nós mesmas já sabemos. E não tem como negar isso no filme de Angela Robinson. A força de Elizabeth é sempre predominante diante das incertezas de Olive e, juntas, ambas se encaixam perfeitamente não só como casal, mas como “tudo que há de bom”, como a nossa Diana sempre diz sobre si mesma. A capacidade de superação de Marston também dentro do filme é ótima de assistir, afinal, para não destruírem seu sonho ideal ele teve que ver de perto o ódio e o preconceito das pessoas não só pelo seu estilo de vida, mas também para com sua família e obra.

Acredito que ele, assim como suas esposas, são mais que um exemplo neste momento em que vivemos: acreditar no amor, mesmo que para tal tenhamos que queimar algumas páginas do que somos e nos adaptar aos padrões alheios só para que um sonho continue. E agradecer, claro, por terem dado a William a oportunidade de emprego com esta ideia um tanto que diferente do que estavam acostumados a produzir. Obrigada, DC, por todas as Supergirls, Mulheres-Maravilhas, Mulheres-Gato/Leopardo, Canários e tantas histórias boas sobre mulheres fortes e diferentes.