Crítica | Tomb Raider: A Origem
Hollywood não é conhecida por fazer adaptações de games que funcionam na tela grande, vide os recentes Assassin’s Creed e Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, que foram fiascos de crítica e também de bilheteria. Muito se fala sobre a resistência dos amantes dos games em comprar as versões devido a problemas na transposição dos jogos para o cinema, e talvez isso seja um ponto positivo em Tomb Raider: A Origem, longa baseado no reboot da franquia protagonizado pela aventureira Lara Croft.
No longa, Lara Croft é a independente filha de um milionário aventureiro que desapareceu quando ela era adolescente. Agora, aos 21 anos, Lara (Alicia Vikander) faz entregas de bicicleta nas caóticas ruas de Londres, ganhando apenas o suficiente para pagar o aluguel. Determinada a forjar seu próprio caminho, ela se recusa a tomar as rédeas da empresa de seu pai com a mesma convicção com que rejeita a ideia de que ele morreu. Aconselhada a enfrentar os fatos e seguir em frente após sete anos do desaparecimento dele, Lara busca resolver o misterioso quebra-cabeças de sua morte, mesmo que não consiga entender o motivo. Ela parte em busca do último destino em que ele foi visto: um lendário túmulo em uma mítica ilha localizada na costa do Japão.
Entre os pontos positivos de Tomb Raider: A Origem está o fato de ser uma adaptação visualmente muito fiel ao game. É possível ver em diversos momentos do longa praticamente uma transcrição quadro a quadro de cenas do jogo, em especial nas cenas de ação, bem como os movimentos da própria Lara em sua jornada em solucionar o desaparecimento do pai. A vencedora do Oscar Alicia Vikander mostra uma entrega verdadeira nas cenas de ação e até mesmo nos péssimos diálogos do longa.
Aliás, o roteiro do longa é o seu maior demérito. Raso, clichê e cheio de relações superficiais e maniqueístas, é pouco funcional, mesmo tendo qualidade em seu elenco. Os atores Walton Goggins (o antagonista da trama) e Dominic West (Richard Croft, o pai da protagonista) sofrem e fazem o público sofrer em cada cena na qual aparecem, sendo completamente desperdiçados em tela. Além disso, ainda que exista alguma emoção na aventura de Lara, é difícil criar empatia, se importar e torcer por ela.
Por fim, Tomb Raider: A Origem tem boas cenas de ação e entrega diversão descompromissada que irá entreter o espectador. Mesmo que falte carisma ao filme, ele não é um fracasso no que se propõe e pode ser que vejamos novamente Lara Croft em ação, já que o longa prepara terreno para novas aventuras da jovem exploradora.