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Blood Drive | Na falta de gasolina, use sangue

Situada num futuro distópico, a série apresenta um policial que é forçado a participar em uma corrida mortal na qual os carros são movidos a sangue humano. Nesta jornada, ele participa junto com uma maníaca que vê as pessoas apenas como combustíveis.

Com tantas séries, filmes e livros focados em futuros distópicos, por que não fazer uma onde carros são movidos a sangue? A ideia é totalmente tosca, mas puramente genial. Tudo o que vai sendo apresentando no piloto de Blood Drive é trash, e a série não tem vergonha de mostrar que ela é isso.

Se você assistir querendo algo muito bem explicado sobre o porquê daquilo estar acontecendo, procurar um significado nas entrelinhas para cada frase dos personagens ou atuações dignas de ganhar premiações, eu aconselho a não acompanhar a série. Mas se você quer se divertir, nem que seja pelo menos para ver o piloto, vai ser um prato cheio de bizarrices e canastrices ao longo dos 40 minutos. É tudo além da conta. O sangue que jorra, pessoas em pedaços clamando por suas vidas, as corridas de carro com paradas absurdas e muito mais que você só encontraria numa série desse estilo.

O policial Arthur Bailey (Alan Ritchson) é um dos pontos mais fracos do show, pois não beira o escrachado como tudo que engloba a série. Porém, ele é como se fosse nós, o público, descobrindo cada vez mais os absurdos daquele “mundo” no qual não conhece e se surpreendendo cada vez mais, mas entrando no ritmo de tudo o que se desenrola, assim como o espectador.

Grace (Christina Ochoa) é a melhor personagem apresentada até então. É ela que faz a introdução a toda essa corrida de carros ao policial Arthur e sua atuação é totalmente canastra. Ela é forçada ao extremo, parecendo aquelas vilãs de história em quadrinhos, mas com o tempo se descobre que ela é uma anti-heroína. A personagem tem seus motivos para querer vencer a corrida e ganhar os dez milhões… E não é apenas por prazer.

Toda a ambientação da série é exagerada: desde os becos onde as pessoas são encontradas roubando água até onde as corridas têm seu início. Sem contar que todos os personagens também sofrem desse aumento de grau em suas personalidades, que ficam em níveis maiores, assim como a policial, chefe de Arthur, e o narrador das corridas, que lembra muito um vampiro. Muita cena de sangue e mutilação é mostrada, além de cenas de sexo recheadas com tarja preta para ninguém botar defeito.

Mas como nem tudo são flores neste tipo de série, a trama apresentada é fraca e não te dá basicamente nenhuma informação de para aonde pretende te levar. Esse é o estilo, tem quem goste e tem quem quer passar longe. Blood Drive traz de volta o gênero trash, com cenas aleatórias em meio à história principal, coisas sem sentido e sexo dentro dos carros só com o objetivo subir a adrenalina para salvar a própria vida, cumprindo aquilo que promete e deixando claro o que ela é.