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Star Trek: Discovery | Prólogo reserva um satisfatório universo para os fãs da franquia

Com uma extensa franquia no currículo, fica difícil encontrar um motivo para assistir a mais nova produção original da Netflix. O público que acompanhou ao longo dos anos esta aclamada saga, se pergunta qual seria o possível frescor a ser introduzido numa história tão conhecida. No entanto, todos identificam o potencial da série justamente por ela conseguir abordar de forma mais minuciosa detalhes que possam ter passados despercebidos, alegrando aos fãs que sentem essa carência de conteúdo em algumas horas de filme e saciando essa vontade de vivenciar aventuras espaciais com uma saudosa equipe.

A nova aventura intergaláctica se passa em 2256 e apresenta os acontecimentos dez anos antes aos da antiga Star Trek: The Original Series, que se iniciou no ano de 2265. Nos dois episódios iniciais lançados na plataforma de streaming, o prefácio começa acompanhando a tripulação exploratória da U.S.S. Shenzhou, liderada pela capitã Philippa Georgiou (Michelle Yeoh). Os primeiros minutos do piloto mostram uma imponente figura da raça Klingons, espécime hostil que se encontra dividida em 24 casas dentro do próprio império. Contudo, com o objetivo de reunir a raça em um só conselho, o enérgico líder intitulado de T’Kuvma principia uma guerra contra aqueles cuja saudação seja “nós viemos em paz”.

Enquanto isso, somos levados para um planeta com clima deserto, onde conhecemos a capitã Georgiou e a imediato da Shenzhou, Michael Burnham, vagando aparentemente perdidas. Assim, o episódio segue com significativas revelações até chegar ao segundo capítulo, denominado Batalha das Estrelas Binárias, no qual rompe uma decisiva agitação.

Visualmente falando, Star Trek: Discovery exibe efeitos incríveis, dignos de serem vistos na telona. Logo de início notamos a qualidade da obra, que demonstra cuidado e harmonia na composição de itens como maquiagem, figurino, próteses, entre muitos outros que evidenciam a existência de um verdadeiro ser espacial ou alienígena.

Desde o princípio, fica claro que a protagonista do enredo é Sonequa Martin-Green, pois importantes missões e explicativos flashbacks estão ligados à personagem dela. Em algumas cenas reconhecemos a dedicação da atriz, como, por exemplo, o momento em que ela articula questões de sobrevivência com um computador. Criada por Vulcanos, ela esboça certo grau de incômodo em relação aos sentimentos e vínculos que tem com a humanidade, fato que remete ao complexo relacionamento de Spock com o capitão Kirk nas situações estabelecidas no filme.

Para surpresa geral, esses dois episódios funcionam como uma introdução para a verdadeira série, já que o fim remete a um reinicio declarado do que antes era uma missão exploradora para uma narrativa sob os cuidados do comandante Gabriel Lorca (Jason Isaacs), líder da nave conhecida como U.S.S. Discovery.

Com isso, torna-se prematuro dizer até onde Discovery quer chegar, não sabemos o peso que a ação do prólogo terá sobre Michael Burnham. Todavia, os traços de que a série será convincente estão lá, salientando que seremos conduzidos a um Star Trek nunca antes idealizado, razão esta para os fãs aceitarem o sentido dessa autêntica perspectiva.