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Britannia | Falta de equilíbrio marca a nova série da Sky Atlantic em parceria com a Amazon Prime

Com uma grande produção, Britannia vem causando burburinho desde o lançamento do trailer oficial. A série, vendida como capaz de agradar fãs de Game of Thrones e Vikings, decepciona pelo roteiro fraco, sendo salva apenas por impactantes efeitos sonoros, além do bonito cenário em que é exibida.

As características de outros aclamados títulos estão ali: temos a impiedosa violência, a disputa por território, as tramas perante o reino e o trono. Também é possível observar um clima misterioso proporcionado pela feitiçaria aplicada em campo, a importância das tradições transmitidas de geração a geração, entre outros tópicos que reservam um gratificante futuro a série, caso ela seja reconstruída. Entretanto, essa mistura de elementos causou um primeiro episódio entendível, porém confuso, já que a história insiste em não perder tempo situando o espectador, que acaba fazendo perguntas “ainda” não respondidas.

A trama se passa em torno de 43 d.C., quando o império romano, liderado pelo impiedoso Aulus Plautius (David Morrissey), decide invadir e conquistar as terras místicas de Britannia. Logo nos primeiros minutos, o público é avisado dos perigos reservados à aqueles que decidem atacar a excêntrica ilha. Os druidas, liderados por Mage Veran (Mackenzie Crook), são seres capazes de invocar e comandar forças sobrenaturais, concedias pela magia do submundo. Descrente dessa força, Plautius decide seguir em frente, desrespeitando e violando qualquer costume seguido por aqueles que ali vivem.

Ademais, somos levados a um casamento sangrento, cujo intuito é introduzir os clãs celtas. Desde o início da cena, fica claro o sentimento hostil entre os dois líderes, composto por Pellenor (Ian McDiarmid), rei dos Canti, e Antedia (Zoë Wanamaker), rainha de outra influente tribo, deixando no ar a certeza de que essa guerra “interna” teve início antes mesmo dos romanos surgirem.

Com potencial para se tornar relevantes perante a história, Kerra (Kelly Reilly) e Phelan (Julian Rhind-Tutt) são os menosprezados filhos do Rei. A seu modo, ambos apresentam os quesitos de se tornarem uma potencial surpresa para os significativos eventos que estão por vir. Ela, devido à força e inteligência, se mostra uma hábil guerreira na manipulação do arco e flecha, enquanto o irmão, ressentido por ter que dividir a esposa com um druida, instiga ter de certo modo as características para se tornar uma ameaça.

Divis, o renegado, chega para representar o que parece ser o tom cômico da trama. O personagem interpretado por Nikolaj Lie Kaas entrega doses moderadas de misticismo, acompanhadas de pequenas frações de insanidade. Todavia, o vislumbre de um bom coração rompe quando o homem decide ajudar em um momento de apuros a jovem e desesperada Ania (Liana Cornell).

Com um primeiro episódio longo e de certo modo sem sentido, Britannia dará muito trabalho aos diretores para conseguir de fato ser bem contada e sucedida dentro da gama de séries que estão sendo produzidas. O levante de Plautius contra os druidas seria suficientemente bom para carregar esta premissa, todavia, é na ânsia de atingir todos que o progresso da série se prejudica.