Once Upon a Time | 6×12 – Murder Most Foul
Lição que este episódio nos trouxe: não confie em ninguém. Com novas descobertas sobre o passado e reviravoltas no presente, Once Upon a Time tentou surpreender os fãs com eventos inesperados, mas isso pode ter sido um tiro no pé.
A maior parte do episódio foi boa, e isso não se discute. A história do pai do David foi muito mais interessante do que o esperado e conseguiu prender bem o público. Também não me lembro da última vez que o personagem teve um momento que exigia tanta atuação quanto algumas das cenas que vimos aqui, então foi bom assistir algo um pouco diferente para o marido da Branca. A forma com a qual ele agiu é um pouco questionável e relativamente diferente do que estamos acostumados, mas pelo menos o personagem não foi chato ou irrelevante como de costume, então é impossível criticar a direção que tomaram com ele em Murder Most Foul. E além de tudo isso, o David ainda serviu como meio para vermos o tamanho da evolução que o Capitão Gancho teve na série, e isso também é muito bom.
Robin foi outro destaque, e durante a maior parte do episódio ele não desapontou. Realmente parecia que ele seria o final feliz da Regina, mas que teria que haver um processo para isso. A impressão que dava era que tudo daria certo, mas que não aconteceria fácil demais. Infelizmente parece que tudo vai ser um pouco mais complicado, e isso não soa muito promissor. Existem dois caminhos possíveis: ou ele se revela um vilão e acaba sendo morto ou exilado como um, ou ele fica vilão por um tempo, mas depois se apaixona por Regina e ela o perdoa. A primeira opção é cruel, tanto com a Regina quanto com os fãs, e a segunda é pura enrolação. Se eles já iam ficar juntos, por que não trabalhar esse relacionamento de outra forma?
Tanto as ações do Robin quanto aquele inesperado flashback do Killian soam como enrolação e drama desnecessário. Qual o sentido criar essa ligação entre o namorado e o pai da Emma? É muito semelhante ao caso do Robin: ou o relacionamento termina ou continua. A primeira opção seria bem mal recebida pelos fãs, e a segunda poderia se desenvolver de outra forma melhor. Entendo que a série funciona com flashbacks, então é necessário que haja histórias que liguem os personagens, mas essa passou longe de ser uma boa ideia.
A impressão que fica é que os roteiristas estão tentando compensar a falta de um vilão interessante e de um enredo envolvente com dramas inúteis. Criar o máximo de situações possíveis para que ninguém veja que a série praticamente não tem uma história central relevante até o momento. Tantas possibilidades existem ainda nos contos de fadas, tantos mundos incríveis que podem ganhar vida em OUaT, mas ao invés disso temos um vilão que usa a lógica de uma criança para tentar resolver seus problemas e ligações e eventos que não acrescentam nada para a trama.
Como dito no começo, a maior parte de Murder Most Foul foi boa, o problema foram os cliffhangers para o próximo episódio. A falta de um enredo capaz de prender o público é um problema, mas o fato de que os roteiristas não parecem estar interessados em mudar isso é muito mais preocupante.