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Strike | Cormoran e Robin, os mais novos heróis de J.K. Rowling, finalmente ganham vida

Assim que terminou de escrever Harry Potter, J.K. Rowling disse ao mundo que possuía outros heróis e universos guardados na sua mente e que provavelmente eles não demorariam para ver a luz do dia. Em 2012, Morte Súbita foi o seu primeiro livro de ficção adulta a tomar as prateleiras de livrarias ao redor do globo, mas infelizmente o monstro da expectativa, e talvez até mesmo a pressão de se distanciar um pouco do mundo fantástico dos bruxos, resultou num tomo vazio que pesava a mão no drama sem dar cor aos personagens. Algo que se repetiu na fraca adaptação para a TV no ano de 2015. Porém, dois anos antes e sob o pseudônimo de Robert Galbraith, a autora apresentou ao mundo o detetive Cormoran Strike e sua assistente Robin Ellacott, apagando automaticamente qualquer dúvida deixada sobre a sua capacidade de seguir em frente depois do sucesso histórico de Harry Potter.

Essa longa introdução é para deixar claro que, como um fã confesso do trabalho de J.K. Rowling, me apaixonei por seus novos heróis quase que instantaneamente. No entanto, depois do fracasso que foi a adaptação de Morte Súbita – um livro que já era ruim por si só –, eu temi bastante pelo destino live-action de Cormoran e Robin. Não quero entrar em discussões sobre os valores de importância pessoal que a própria J.K. confere às suas obras, mas pelo menos para mim o simples fato dela exigir uma presença maior na produção executiva de Strike, algo que não aconteceu com Morte Súbita, deixou claro o valor que a dupla de heróis tinha para ela.

Detetives britânicos devem ser o maior cliché do gênero de detetives porque a gente tem a sensação de que absolutamente tudo começou por lá. Sherlock Holmes, Hercules Poirot e Miss Marple estão aí para provar. O diferencial do detetive criado por Rowling é que ele é absolutamente um homem comum, o que felizmente foi reproduzido com todo cuidado na adaptação do showrunner Ben Richards. O casting de Strike foi feliz em todas as suas escolhas, porém pontualmente vale destacar Tom Burke e Holliday Grainger dando vida aos protagonistas, sendo consequentemente o espírito da série.

No episódio duplo de estreia e que adapta dois terços do livro O Chamado do Cuco (The Cuckoo’s Calling), conhecemos o dia a dia de Cormoran e Robin a partir do momento em que os dois se encontram antes de embarcarem numa investigação sobre o fatídico destino da supermodelo Lula Landry. Assim como na obra original, a série se interessa mais em esmiuçar quem são os dois novos parceiros do que focar num burocrático whodunnit, sendo nesses instantes que Burke e Grainger brilham, deixando claro que tanto Cormoran quanto Robin possuem todas as características necessárias para se tornarem futuras figuras clássicas do imaginário popular.

A Londres cheia de nuances e vielas que J.K. pinta com tanto cuidado na obra original também ganha um espaço todo especial, sem necessariamente precisar de uma direção de arte rebuscada. Afinal, as filmagens em locações já fazem do show um espetáculo urbano a parte que, somado ao competente elenco secundário, coroa o piloto como mais um dos must-see desse finalzinho de summer season junto de Mr. Mercedes.

Acompanharei Strike a partir de agora, sem temer pelo futuro de Cormoran e Robin numa adaptação, pois sei que os dois estão nas melhores mãos. Com cliffhangers animadores, protagonistas carismáticos e uma produção cuidadosa, a mais nova obra de J.K. Rowling está pronta para conquistar ainda mais fãs. Eu não perderia isso por nada.

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