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RuPaul’s Drag Race | 9×08 – RuPaul Roast

Em todo episódio desta temporada, antes de escrever a review, penso por muito tempo em algo de bom do que aconteceu, porque sempre venho falando mal do desenvolvimento do reality. Este nono ano da competição não tem nada me agradando para que eu possa dizer que o desafio, o lipsync ou a runway sejam bons… Porque não são.

Momentos pontuais do episódio me fazem gostar ou até rir de algumas coisas que acontecem, mas é só. Tudo se torna extremamente esquecível e maçante, fazendo o episódio de quarenta minutos parecer que tem, no mínimo, umas três horas.

O mini challenge “Library is Open” é um desafio que temos todos os anos desde a segunda temporada e é sempre ótimo para dar boas risadas e criar climão entre as drags que estão competindo atualmente. Mas, assim como tudo o que é apresentado nesta temporada, foi totalmente sem graça. Nem a vencedora do mini desafio foi lá aquelas coisas para dizer que eu ri tanto e que fez minha barriga doer, como muitas vezes já aconteceu com o passar dos anos.

E como toda vez quando as queens leem umas às outras, elas usam sempre de alguma característica física, o jeito de montar a drag ou algo que se passou no programa para que fique engraçado, mas claro que a Drama Queen Alexis tem que fazer ser tudo sobre ela mesma. Não, ninguém gosta de ser “zoado” pelo seu corpo, pois muitos passam por problemas impostos pelo famoso padrão da sociedade de que você só é bonito se for magro. Essa pessoa que vos escreve passou a vida inteira com esse tipo de problema, mas… sempre tem um mas… era o desafio no qual elas foram submetidas.

Todas estavam ali brincando uma com as outras, dizendo sobre o dente da Shea e mais coisas. Mas Alexis não aguentou. E aí RuPaul disse: “Então você pode brincar com as outras e elas não podem com você?”. Obrigado, RuPaul, por ter inventado o discernimento.

Voltando para a competição, o desafio principal da semana era o RuPaul Roast, outro desafio típico do programa no qual elas precisam fazer algo gongando alguém em específico. E dessa vez o alvo era Michelle Visage. Assim como tudo nesta ano, esse Roast também foi uma decepção total, um dos mais fracos de todas as temporadas do programa.

E é aí que podemos voltar lá para o começo das minhas reviews de Drag Race, onde eu havia dito que o problema era a edição, os desafios e as queens que competiam. A edição melhorou, mas ainda está um pouco mal feita e parece tudo extremamente corrido. Tivemos alguns desafios iguais aos dos anos anteriores, que sempre deram super certo, e por isso há essa repetição nos anos seguintes. E agora o problema maior: as drags desta temporada.

Em muitas delas falta carisma, algo apelativo para que possamos gostar, se relacionar ou qualquer coisa que as façam brilhar durante o programa. Tirando umas duas ou, espremendo muito, três de todas as 14 que começaram o programa, o resto é tudo a mesma coisa sem graça que não traz nada de novo para a competição. Todos os desafios e runways são praticamente sempre as mesmas que se destacam, as que se salvam e as que vão para o bottom. Nada oscila, fica tudo na mesmice.

Como também já disse, NENHUMA VEZ tivemos um look memorável nesta temporada e que iremos lembrar daqui a dez anos quando estivermos assistindo a season 19. E isso me deixa bem frustrado com o programa, pois sempre foi um dos meus favoritos desde que comecei a assisti-lo. Sempre me ensinou diversas coisas na vida sobre pessoas LGBT, o mundo drag e outros assuntos que já foram tratados no programa.

Quem que acompanha desde o início não se lembra de quando Ongina, na primeira temporada, e Trinity, na sexta, contaram que possuíam HIV? Ou quando Phi Phi inventou uma das melhores frases ao se dirigir à Sharon: “Go back to party city where you belong“? Ou até Adore, que no começo sofreu problemas no programa e depois de uma virada chegou até o top 3? Isso são momentos memoráveis que, por enquanto, nesta season não aconteceu. E isso é extremamente frustrante. Enfim, depois desse desabafo, o Roast colocou Alexis e Farrah no bottom e as duas foram péssimas e sem graça, assim como no lipsync que se enfrentaram. E, mais uma vez, outra dublagem sem um pingo de ânimo.

Mas vamos falar da melhor coisa de Drag Race essa semana? Foi a jurada convidada Tamar Braxton, que cada vez que alguma queen a gongava, ela olhava com uma cara tão maravilhosa que não dava para aguentar. Melhor irmã Braxton #NuncaCritiquei.

Agora com sete drags restantes, vamos torcer para que pelo menos daqui pra frente os episódios sejam melhores. A esperança é a última que morre.