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Animaction | Liga da Justiça: Deuses e Monstros

Um dos melhores filmes da Liga, Deuses e Monstros é justamente sobre um bom questionamento dos super-heróis que atuam nesta versão de alguma Terra alternativa. Começamos o filme com a alteração de uma história já bem conhecida de todos nós que é sobre a vinda do filho de Krypton à Terra, cujo qual tem seu DNA alterado pelo General Zod. Porém, esta não é a única alteração sobre o Homem de Aço, que foi resgatado por um casal de imigrantes ao ter sua nave descoberta pelos humanos e se chama Hernan Guerra.

Batman e Mulher-Maravilha também não têm a mesma história que conhecemos, ele é um físico com fascinação por morcegos e como resultado de suas pesquisas teve seu DNA também alterado, transformando-se assim num vampiro. Já Bekka é fruto de uma tragédia romântica que aconteceu no planeta de Apocalipse e, por este motivo, ela se resguarda na Terra ao lado de Batman e Superman. O trio que compõe a Liga é um tanto rebelde e trabalha para o governo norte-americano, mesmo que muitas vezes façam seu próprio trabalho sujo.

Sim, meninos e meninas, esta é uma Liga da Justiça que não pensa duas vezes em matar seus inimigos e revida sempre que necessário para se autoproteger. Porém, um plot ocorre neste filme para que este ponto seja tocado como uma ferida aberta: o que acontece quando a Liga começa a matar cientistas inocentes como Ray Palmer e Victor Fries? Já que os supostos heróis são temidos pela humanidade, por que não explorar esta “fraqueza” e levar isso adiante?

É o que o amigo traíra do Batman faz a partir de um projeto desenvolvido por Luthor e seus cientistas para impedir a Liga de dominar o planeta com o terror já instalado e vivido por muitos. Mas nem mesmo Luthor tem a capacidade de terminar o que começou e um por um seus cientistas vão sendo mortos ao longo do filme com apenas uma pista: vestígios que ligam os assassinatos à Liga da Justiça.

Contudo, este é mais um filme em que o Batman salva o dia, e mesmo não sendo Bruce Wayne, Kirk Langstrom é esperto o suficiente para juntar o desaparecimento dos meninos de Lex ao incidente que mata o restante deles e sua amada Tina. E apesar do encontro da Liga com as suas cópias robotizadas ser bem impactante, nem mesmo Lex tem a resposta para quem teria o poder de realizar tal feito que ele não conseguiu, que seria clonar os seres mais poderosos do planeta e controlá-los de alguma forma. Após uma descoberta trágica, Langstrom consegue provar que a Liga não tem a ver com os incidentes ocorridos e assim refazer a base da justiça que o trio tanto quer defender.

Bem verdade que quando o Superman diz no final do filme “não mais mataremos”, nos causa um certo alívio de que nem o DNA e nem o fator de produto de um contexto fragilizado os transforma em vilões. Aliás, esta temática que sempre rondou o imaginário humano desde a fundação da Liga em si no Universo da DC deixa bem claro no título sua proposta: eles devem ser aliados ou temidos? E para quem já conhece o medo maior sabe bem que nosso Batman de Gotham City tem um leque de respostas para tal evento, mesmo que seja em Terras distintas como já vimos em Crise em Duas Terras também. Esperamos sempre que os heróis estejam lá ao nosso lado e nunca contra a humanidade, mesmo que para tal eles devam aprender uma ou outra lição no meio do caminho.