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DC’s Legends of Tomorrow | 2×17 – Aruba

Entre os personagens da DCTV que incluem Supergirl, The Flash e Arrow, conseguimos sempre ver o desenvolvimento dos protagonistas, já que o foco é em apenas UMA pessoa para que toda a carga da trama seja sobre ela. Em DC’s Legends of Tomorrow o protagonismo deveria ser dividido, pois nenhum ali na Waverider leva o seu nome na série. Mas não é isso que acontece. E é ruim? Aparentemente não.

Desde sua primeira aparição na segunda temporada, Sara vem sendo o personagem mais bem desenvolvido até hoje na série em que está. É bem clara a construção de sua personagem: de uma jovem adulta que foi passar umas “férias” com o namorado da irmã, até os dias de hoje, em que se tornou uma mulher forte, lutadora, determinada e líder.

Neste segundo ano da série, após a morte da sua irmã, Sara se questionou todo o tempo sobre como aceitar a perda de um ente querido que tinha salvo sua vida tempos atrás. Isso aconteceu até este episódio, quando em uma linda cena com Laurel (Katie Cassidy), já que a Lança do Destino a colocou à prova, ela finalmente teve o desfecho de tudo que vinha sendo trabalhado até então.

Como já dito: isso é ruim? Aparentemente não, mas tudo tem um porém. Sara foi uma líder melhor que o Rip Hunter, e isso é claro. Mas quando se foca tanto num mesmo personagem, ainda mais nessa série na qual tínhamos oito heróis, só ela e um pouco de Mick foram desenvolvidos. O carisma da atriz conta muito, pois é difícil alguém não gostar de Sara ou Mick, mas Ray, Amaya, Nate, Jax, Rip e Dr. Stein só estavam lá para serem mais elenco de apoio.

Muito desses personagens já deram o que tinham que dar, inclusive Ray, que não tem nem mais o que desenvolver, ele só está lá realmente por não ter um único foco bom além de fazer piadinhas com referências à cultura nerd. Rip, que depois de ter a trama da mulher e do filho resolvida, não tinha mais um foco também. Rip poderia ter ficado como vilão e continuado para o próximo ano, isso seria algo bem legal de se ver, mas ele voltou com a chatice de sempre e FINALMENTE deu um tchau para série. Sabemos que ele pode voltar, mas se sua participação for esporádica, a gente nem reclama.

Amaya e Nate também cumpriram suas missões, pode ser interessante na próxima temporada explorar mais o romance dos dois, mas é só isso também. Tudo o que precisavam fazer a bordo da Waverider já foi feito. Jax e Stein, por mais que sejam deixados de lado, particularmente acho interessante que os dois continuem sim, pois mesmo sem uma trama pessoal dos dois eles são importantes para o funcionamento da equipe, assim como Sara é para liderança de todos. Do Mick a gente não reclama, pois se ele continuar fazendo o que faz nós vamos nos divertir, e isso que importa. Para a próxima temporada já foi dito que novos heróis poderão aparecer, mas dava para ter cortado pelo menos metade dos atuais… E apenas um realmente saiu. Se a série não desenvolve muito bem oito pessoas, imagina uns dez ou mais?

Fugindo um pouco de desenvolvimento de personagem, quando se assiste Legends, incluindo este episódio e a derrota de Eobard, é muito fácil assimilar como toda essa história, lutas e tudo que foi feito nela parece uma HQ na forma televisiva. É exagerada, tem momentos engraçados e de drama, a morte do vilão é a forma mais tosca possível e, por fim, é uma série leve que, mesmo não sendo sua preferida, é gostosa de se assistir.

Nesta season finale foi feito algo ainda não trabalhado nas séries de herói na CW: matar geral. Por mais que soubéssemos que no final tudo ia ficar bem, já que as Lendas que voltaram ao passado eram aberrações temporais, foi “divertido” ver como cada um ia morrendo e você nem sabendo se era o real ou a aberração. The Flash poderia ter usado isso lá no começo do terceiro ano com o Flashpoint. Se tudo ia ficar bem, por que não abusar e mexer um pouco com o público e ver como reagiriam às mortes de personagens queridos? Esse foi um ponto super positivo durante todo este final.

Um dos pontos baixos desta temporada foi a equipe vilã estabelecida para esse ano. A Legião do Mal, que foi anunciada com quatro membros, sendo que só nos três últimos episódios ela se consolidou realmente, foi algo muito ruim de se ver, mas não porque a motivação da equipe era ruim, mas sim pelos personagens que faziam parte dela.

Malcolm e Damien fazem parte dos piores vilões de Arrow e, consequentemente, eram o foco das piores temporadas que a série já teve (anos 3 e 4). Eobard, por mais que tenha aparecido pouco em The Flash, nunca foi um vilão super trabalhado ou usado. Quem realmente deu vida a esse vilão em The Flash e que fez muito bem era o Dr. Wells, não o Eobard em sua forma “normal”. Snart foi um ótimo vilão e herói, poderia ter melhorado a equipe e o carisma dela como um todo se tivesse entrado antes, ou retornado.

Em toda DCTV, Arrow teve dois vilões acima da média em cinco anos de série, já The Flash apenas um. O maior problema de todas essas séries são os vilões (e até de filmes de heróis). Quando não temos um cara mal que chegue à altura do protagonista, nem que seja de carisma, importância e desenvolvimento, logo, não temos temporadas tão boas. Legends conseguiu, mesmo com um vilão melhor que os outros, trazer essa importância para toda uma vilania do personagem em episódios passados, fazendo assim uma boa temporada. O Flash Reverso foi um destaque além dos seus companheiros de equipe. Mesmo a gente não se importando com os vilões apresentados, o velocista teve sua relevância.

DC’s Legends of Tomorrow fez uma segunda temporada muito superior à primeira, com uma história bem trabalhada. A série mostrou um material consistente mesmo com um excesso de filler durante todo este ano, nos deixando ansiosos e querendo ver mais de como nossas Lendas vão organizar a bagunça que novamente fizeram na linha do tempo.