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Nerd de Pijama | A corrida para o Oscar

Vamos combinar que esta é a melhor época do ano, não fosse pelo calor infernal que rege nosso clima. São os melhores dias não para dar spoiler aos amigos, mas sim para passar na cara a melhor frase que um amante de cinema pode falar: eu já vi tal filme. Sintam esse prazer comigo ao terminarem esta corrida para a premiação mais clássica da história do cinema: o Oscar, ou como muitos gostam de dizer, o carequinha dourado distribuído pela Academia de judeus velhos – se é que eles sobreviveram à nova leva de integrantes…

Bom, o post desta semana vai ficar bem simples e de fácil entendimento, já que vimos o Globo de Ouro ser distribuído neste ano. Apostas? Todos fazem, contudo o mais interessante são os benefícios, além de estar coberto de razão sobre um filme, claro. De carros a itens colecionáveis raros, já vi pessoas de todos os tipos querendo e torcendo avidamente para que uma estatueta seja dada a um fulano diretor que já cansou de ganhar ou só por uma primeira vez ver aquela atriz que ninguém conhece lá na frente de veteranas agradecendo “primeiramente aos seus pais…”.

O que nos deixa de coração acelerado são estes grandes momentos alheios, assim como quando choramos na sala escura do cinema com aquele áudio perfeito. São estes os momentos que xingamos um bom filme e podemos até perder as amizades por uns meses, afinal, tem uma hora que você e o seu amigo vão amar e odiar a mesma obra e voltar a se falar normalmente, pedindo desculpas pelo que aconteceu no Oscar. E não precisamos nem estar em Hollywood bebendo Chandon e dando PT para tal, é cada um na sua casa com o streaming que lhe compete melhor.

Claro que toda essa emoção é regida pelo amor ao cinema, pelo fato de vocês marcarem na casa de fulano quando a cópia original sair para chorarem juntos com a cena daquele musical que todo mundo odiou, menos vocês e a Academia. O cinema, esta pequena e grandiosa coisa, supera tantas barreiras que não vou nem começar a falar para não chorar, já que tenho uma  relação íntima de anos com a sétima arte. É a música, eles dizem, é a fotografia eles também dizem… Mas se você perceber, é o cinema, na verdade, que une as pessoas e quebra barreiras por juntar fotogramas com um áudio capturado de som direto ou não (pode ser mudo também), é o cinema que cria as emoções lá dentro do coração e da imaginação do mundo.

Mas sem perder o fio da meada, vocês já perceberam que só no período de dezembro a fevereiro nós ficamos aflitos de não conseguir comentar algo? De “não saber opinar”? É a vontade de inclusão num meio que nos faz largar os livros e as séries para ver no mínimo dez filmes por semana, ver os estrangeiros e as animações na próxima e, na terceira semana, parar um pouco para pensar na explosão de obras consumidas… E na quarta semana, bom, na quarta semana já é a do Oscar e nós começamos a “praticar bullying” com aqueles que não conseguiram o mesmo.

Na noite do Oscar é como se nós, cinéfilos, ganhássemos o prêmio também. A gente espera as premiações anteriores para termos certeza de algumas coisas, e então na noite da entrega das estatuetas gritamos no sofá: “eu sabia! Fulano não merecia, mas entendemos o motivo de ter levado. Isso foi uma injustiça com ciclano!”. Nós ganhamos o prêmio de melhores críticos de última hora, melhores nerds/cinéfilos maratonistas e, por fim, melhores pessoas por não soltar spoiler sobre tanta coisa. Quem dera este último nós levássemos para as séries, não é mesmo? Até a próxima, pessoal!