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Altered Carbon | Distopia cyberpunk da Netflix tem bom ritmo, mas com uma história requentada

Altered Carbon foi uma das séries mais anunciadas pela Netflix desde o final de 2017. O serviço de streaming gastou milhões na produção do seriado, que nos mostra uma história complexa sobre um futuro distópico no qual a humanidade adquire o poder de transferir a mentalidade para outros corpos, diminuindo as chances de sua consciência morrer. Tudo isso daqui a 700 anos, então a produção também apostou em uma mitologia só dela, apesar da série ter sido baseada no livro de mesmo nome do autor Richard K. Morgan.

Mesmo que o gênero sci-fi esteja em alta no momento, e talvez até saturado para algumas pessoas, Altered Carbon surpreende com um ritmo rápido em suas primeiras horas, mas com um roteiro normal, sem achar que a audiência é burra e precisa de uma história mastigadinha em dez episódios. O protagonista, vivido por Joel Kinnaman, também consegue segurar a bronca na pele de Takeshi Kovacs, que retorna a um corpo novo depois de 200 anos lutando em uma resistência contra esse processo das consciências… Porque é óbvio que teria que existir uma resistência no seriado – se não tivesse, perderia metade da graça.

Enfim, o piloto! O primeiro capítulo te deixa com vontade de sair vendo tudo para entender o que está acontecendo ali e por que Kovacs é o personagem que estamos acompanhando. Ao que tudo indica, o conflito entre o movimento que não gosta do que o grande poder faz com a consciência acabou anos antes dele voltar para o corpo do detetive Holder (Kinnaman), então rola aquela crise de identidade sutil porque Takeshi está usufruindo de um sistema que o cara lutou contra por anos.

Parece familiar? Pois é, tudo parece bem familiar no piloto, já que obviamente nessa distopia de roubar corpos e enfiar uma consciência neles o que impera e faz com que o mundo se mova é ter dinheiro e poder, então a série não está tão longe assim da realidade neste sentido. Mas vale ressaltar ainda que este episódio possui diálogos que deixam um pouco a desejar.

Dá para perceber que o que os roteiristas querem que a gente entenda pelo seriado é que o futuro é mesmo “muito Black Mirror“. Vemos isso quando Takeshi tem que se render e resolver um assassinato de um milionário, provavelmente alguém que dá apoio e suporte ao sistema que o mais novo anti-herói da Netflix não suporta, e, depois de alguns flashbacks e muitas alucinações, o body hunter aceita o caso – atitude que pode vir a ter severas consequências no desenrolar da temporada.

Altered Carbon fez a Netflix gastar muito dinheiro e está sendo extremamente comentada, com críticas voando para todos os lados. Além disso, a série tem efeitos visuais maravilhosos e uma história requentada que, por ter somente dez episódios, pode ser um prato cheio para os seriadores mais aficionados pelo tema. Mas se você já está saturado, esse é mais um daqueles casos clássicos de “passar longe” no catálogo do serviço.

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