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Crítica | Jogador Nº 1

A década de 1980 está em alta na cultura pop atual. Aproveitando essa onda, chega aos cinemas Jogador Nº 1, baseado no best-seller de Ernest Cline, com direção de ninguém menos que Steven Spielberg, responsável por dirigir ou produzir grandes clássicos dessa década, como Indiana Jones, E.T. – O ExtraterrestreDe Volta para o Futuro. O longa é uma excelente homenagem à cultura pop e deve agradar as novas gerações, além de trazer uma nostalgia gigante para as mais antigas.

Jogador Nº 1 se passa num futuro próximo, 2045, em que as pessoas vivem boa parte de seus dias dentro da realidade virtual do jogo OasisNa periferia da cidade de Columbia, Ohio, mora o jovem órfão Wade Watts (Tye Sheridan – X-Men: Apocalipse). Wade convive com seus tios e se vira para poder jogar no Oasis onde estão seus amigos de verdade, mesmo que nunca tenha conhecido nenhum deles pessoalmente. Como uma boa aventura pede, temos uma corporação maligna liderada por Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn – Rogue One: Uma História Star Wars), que quer dominar o Oasis e, para isso, tem que resolver o enigma deixado pelo criador do jogo, Halliday (Mark Rylance – Ponte dos Espiões): encontrar três chaves perdidas pelo imenso universo virtual. A questão é que todos os jogadores também estão nessa busca, incluindo Wade ou Parzival – seu avatar – e a habilidosa Art3mis/Samantha (Olivia Cook – Bates Motel). Quem encontrar as três chaves primeiro receberá um prêmio inestimável.

Com aventura, romance e amizade, o filme seria uma Sessão da Tarde clichê, porém Jogador Nº 1  é “O Filme” da Sessão da Tarde. A quantidade de referências é enorme, e dentro do Oasis veremos desde Kong a O Gigante de Ferro, passando por De Volta para o Futuro até uma reconstrução de um clássico do terror dos anos 1980 que deixará os nostálgicos sem palavras. Steven Spielberg sabe como ninguém o que é dirigir uma aventura, mas também consegue distribuir bem as referências e colocá-las de modo orgânico, sem que nada pareça forçado. Spielberg cria sequências de ação de tirar o fôlego, temos por exemplo uma corrida em que Parzival dirige o DeLorean de De Volta para o Futuro. É raro eu ser dessa opinião, mas Jogador Nº 1 vale a pena ser visto em 3D. Sendo uma realidade virtual boa parte do cenário da produção, a sensação de imersão fica mais perceptível em três dimensões.

Jogador Nº 1 é um ótimo filme de entretenimento. Steven Spielberg volta aos velhos tempos e mostra que ainda é o mestre neste tipo de história. Sobra ainda tempo para uma reflexão sobre estarmos cada vez mais distantes do mundo real e como isso afeta a vida das pessoas. Com personagens cativantes, direção competente e montagem em ritmo rápido, Jogador Nº 1 é para todos os públicos e deve se tornar um clássico daqui alguns anos, aumentando a lista deste incomparável diretor.