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Supergirl | 3×15 – In Search of Lost Time

Ainda deixando um pouco de lado grandes batalhas para dar atenção aos personagens de apoio, Supergirl não só conseguiu manter o nível alto da temporada, mas ainda criou um episódio memorável. Sem contrariar as expectativas sobre a importância da doença de M’yrnn, o que vimos foi um dos momentos mais interessantes desta temporada.

Ao longo de In Search of Lost Time houve três diferentes situações que, em conjuntos de cenas, dividiram o episódio: Lena e Sam lidando com a notícia sobre a verdadeira identidade de Reign, Kara e Mon-El interagindo e tendo conversas bem relevantes sobre o passado, e os efeitos colaterais das perdas de memória de M’yrnn. Os dois últimos estão muito conectados e representam a parte mais relevante do episódio, mas de forma alguma Lena e Sam deixaram de trazer algo importante.

Como você reagiria se te contassem que na verdade você é um alienígena assassino? O que vimos foi a reação da Sam a esta situação e o resultado foi bem interessante. A mais do que esperada negação inicial foi muito bem construída, especialmente com os ataques verbais feitos contra a Lena. A raiva da Sam foi interessante porque até agora essa personagem não tinha tido tanto tempo de tela relevante quanto sua contraparte maligna, e foi bom vê-la ganhando esse destaque. Lena também foi relevante aqui e possui tanta responsabilidade quanto Sam pela qualidade dessas cenas. A relação das duas se mostrou algo bem interessante de acompanhar ao longo do episódio.

As interações entre Kara e Mon-El eram os momentos mais “perigosos” do episódio. As séries da DC não precisam se esforçar muito para transformar qualquer conversa sobre relacionamento em um melodrama infinito e irritante, então por mais que os personagens precisassem desta conversa era impossível não temer o momento de sua chegada. Para a sorte do público não foi isso o que aconteceu e os diálogos entre os dois foram muito bem escritos. Sem muitos clichês ou enrolações desnecessárias, o que vimos foi uma conversa adulta, sincera e, como já dito antes, necessária. E ainda de bônus tivemos cenas do ex-casal treinando juntos só para matar as saudades.

E como previsto na review anterior, a doença de M’yrnn foi o centro das atenções deste episódio. Era óbvio que quando um telepata poderoso começasse a apresentar problemas em sua mente a situação ficaria difícil para os outros personagens, mas os eventos deste capítulo com certeza superaram a expectativa no que se refere à intensidade dessas consequências. A forma como a mente do marciano afetou aqueles ao seu redor foi muito interessante de acompanhar e gerou alguns ótimos momentos, como o Winn discutindo com o outro agente do DEO e apanhando da Alex em seguida. Isso só não foi melhor do que as consequências geradas para Kara e Mon-El.

Mas além do efeito em outros personagens também foi bom acompanhar o que estava acontecendo com o próprio M’yrnn. No começo do episódio ele estava tentando lidar com o problema e se esforçando para manter sua mente funcionando, no final ele já estava quase se perdendo e causando danos permanentes em todos ao seu redor. É verdade que essa transição foi muito rápida, mas da forma como tudo foi trabalhado não pareceu um problema, especialmente devido às ótimas interações entre a dupla de marcianos. Pai e filho tiveram bons momentos no episódio.

In Search of Lost Time não só foi ótimo, como também preparou o terreno para um novo encontro com as principais vilãs deste ano. A última worldkiller vai aparecer e a expectativa para a revelação da identidade da Reign só aumenta. A apenas oito episódios do final da temporada, Supergirl continua em um bom momento e caminha para um ano muito acima da média de qualidade de algumas de suas companheiras da CW.