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Supergirl | 3×14 – Schott Through the Heart

Depois de mais de dois meses, Supergirl volta à TV com um episódio completamente desconectado da trama central da temporada. Schott Through the Heart foi dedicado ao Winn e aos seus problemas familiares, e o resultado foi bom.

O único problema que vale a pena apontar neste episódio foi a qualidade dos efeitos especiais. De resto, a sensação foi a de assistir a um capítulo de alguma série animada da DC. Situações absurdas, um vilão com um plano mirabolante (que revela todo ele em um monólogo maligno) e máquinas esquisitas, tudo se encaixaria muito bem em algum episódio da série animada do Superman. Algo deste tipo destoa de praticamente tudo o que a temporada mostrou até aqui, e isso é muito bom. Uma história séria na qual os perigos parecem reais e os vilões são poderosos demais é ótimo de acompanhar, mas pode ser maçante para alguns, especialmente o público mais jovem, e acho que este episódio serviu justamente para dar uma clareada no ar.

Colocar o Winn no centro de tudo também foi uma boa ideia. É bom finalmente descobrir mais sobre sua família e sobre o que aconteceu com ele antes de virar amigo da Kara. É também a primeira vez que o personagem está no centro de uma situação dramática tão profunda quanto a que vimos aqui. A discussão com sua mãe foi bem intensa e foi legal ver um lado mais sério do personagem. Também seria ótimo ver mais da mãe dele, porque honestamente a Mary roubou todas as cenas nas quais participou dentro do DEO.

Mas mesmo em um episódio aparentemente mais relaxado Supergirl não perde a chance de falar sobre assuntos mais delicados. Antes do lançamento de Raio Negro essa era a série da DC que mais tocava em problemas do mundo real, que falava sobre preconceito, diversidade, imigrantes… E parece que (ainda bem!) isso não é algo que vai parar tão cedo. Não é a primeira vez que J’onn comenta sobre sua experiência na aparência de um homem negro, e é possível perceber o tanto que os roteiristas se esforçam para passar uma mensagem positiva sem parecer repetitivo para quem está assistindo.

E esse não foi o único assunto mais “real” tratado no episódio. M’yrnn J’onzz está apresentando lapsos de memória claramente mais sérios do que simples esquecimentos, e isso não é retratado com tanta frequência. Carl Lumbly (M’yrnn) pela primeira vez teve que mostrar um pouco mais do personagem e a sua atuação foi bem interessante de acompanhar, especialmente na cena final quando M’yrnn estava pronto para contar o que estava acontecendo com ele. De tudo o que aconteceu em Schott Through the Heart, a doença do marciano é provavelmente o que será mais relevante para os próximos episódios, e tomara que façam um bom trabalho falando sobre uma situação como essas.

O que realmente ficou como cliffhanger para o próximo capítulo foi a situação da Sam. Está cada vez mais perto o momento de todos descobrirem que ela é a Reign e isso promete bastante. A participação de Lena no meio de tudo isso também é um sinal positivo, é muito bom ver que a personagem não será reduzida a um simples interesse amoroso de algum dos personagens recorrentes. Ela merece muito mais do que isso.

Schott Through the Heart foi ao mesmo tempo um episódio leve no qual claramente ninguém corria perigo real em momento algum e um episódio um pouco mais sério que tratou de problemas reais ao longo da sua duração. O saldo geral é muito positivo, e mesmo que ele não tenha agradado quem queria ver o mais rápido possível mais um confronto contra as worldkillers, pelo menos foi um ótimo retorno de hiato e já fez promessas interessantes para as próximas semanas.