ReviewsSéries

Supergirl | 3×16 – Of Two Minds

Faltando sete episódios para terminar, Supergirl volta a desenvolver sua trama principal e o conflito com as worldkillers está cada vez mais próximo. Essa provavelmente será a batalha mais difícil já enfrentada pela Garota de Aço, então toda a “preparação” que ocorreu neste episódio acabou sendo muito bem-vinda.

Se você é fã das séries do Arrowverso já deve ter assistido àquela que começou tudo: Arrow. Entre seus altos e baixos a série do Arqueiro Verde possui um tema que foi recorrente em suas primeiras temporadas: como lidar com criminosos? Matá-los ou não? Esse dilema se repetiu várias vezes e a resposta do protagonista mudou em praticamente todas, chegando ao ponto da exaustão, de modo que se isso for questionado na série novamente seria impossível não criticar e se decepcionar com o roteiro.

Supergirl, entretanto, foi em uma direção completamente diferente e nunca apresentou essa questão como um ponto central para desenvolvimento da personagem principal. Por um lado faz sentido, aqueles que usam o “S” no peito devem, via de regra, representar a esperança e serem sempre o exemplo de herói ideal, o famoso “escoteiro” (ou escoteira, no caso da Kara), mas por outro essa é uma discussão que faz falta, já que ela serve para demonstrar a gravidade de determinada situação (se algo é grande o bastante para mudar seus valores então o risco é alto) e, até mais importante do que isso, mostra que a personagem principal (por mais que tenha crescido) ainda tem espaço para se desenvolver como pessoa e crescer a partir de suas experiências.

Todos os diálogos entre Kara e Imra serviram muito bem para isso. E por mais que a Supergirl nunca tenha acreditado que matar um inimigo seja de fato a melhor solução, ao menos foi interessante ver a sua forma de agir sendo questionada. Esses diálogos, aliás, tiveram mais uma utilidade: dar destaque para a heroína do futuro. Ela parecia destinada a ser uma personagem de apoio cuja principal função era ser uma das partes de um triângulo amoroso envolvendo o Mon-El. Foi muito bom ver a atenção dada a ela neste episódio e foi especialmente interessante saber mais sobre seu passado e suas motivações, conhecer lados da personagem que ainda não tinham sido muito bem explorados.

Mas o grande clímax do episódio, depois de um confronto um tanto quanto decepcionante (e com efeitos um pouco abaixo da média), foi a tão aguardada reunião entre as três worldkillers. Reign, Pestilence e Purity finalmente estão juntas e isso é o que todos estavam esperando. Fez sentido a visão de calor jogar o J’onn para trás ao invés de fazer um buraco no peito dele? Não. Fez sentido a porta de entrada cair e imediatamente todo o sistema de segurança desenvolvido para segurar um kryptoniano parar de funcionar? Nem um pouco. Mas graças a isso o terreno está armado para o grande confronto e ninguém morreu antes da hora.

E falando em morrer, tem um detalhe que precisa ser comentado: o que foi aquela cena do Winn com o James no DEO? É muito compreensível deixar personagens como o Winn e a Alex em uma situação perigosa para aumentar o sentimento de urgência em um episódio, mas quem de fato achou que algum dos dois morreria daquela forma? A cena com o Jimmy foi completamente desnecessária e o que poderia ter sido um momento emocionante no final da temporada acabou sendo um bom exemplo de vergonha alheia. Nada contra as atuações dos atores, eles até fizeram bem o papel deles, mas a situação era absurda demais para qualquer um levar a sério. Poderiam ter usado o tempo gasto com isso para aumentar um pouco as cenas entre a Lena e a Sam, porque o conflito interno da mãe da Ruby e a vontade da Lena geraram momentos infinitamente melhores.

Of Two Minds foi um ótimo episódio. Conseguiu reunir as vilãs, revelar o segredo sobre a identidade de Reign e ainda mostrou a personagem principal em uma questão ética que até então nunca havia sido explorada (nem por ela, nem por qualquer outra pessoa da série). Já está tudo pronto para o final da temporada e a expectativa não para de crescer, especialmente porque semana após semana Supergirl não para de apresentar bons episódios.