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Nerd de Pijama | Feliz Orgulho Gay

Climão de Copa do Mundo e, claro, um 7×1 todo dia que levamos não só da nossa sociedade, mas também dos últimos acontecimentos políticos. Mas o que nós, nerds, temos com isso? São os dias de substituir as camisetas de super-heróis pelas de Seleções, são os dias de trocar as maratonas na Netflix pelo futebol e sair opinando como quem critica Oscar e Emmy. E não falo nem da atuação do Neymar, né…

Bom, o mês de junho está chegando ao seu fim e, além de Copa e São João, eu não poderia terminá-lo sem discutir também o fato de ser o mês do Orgulho Gay. Não por nada, mas sabe quando começam a surgir a Sara Lance, Alex Danvers, Anissa Pierce, Connor Walsh, Arizona Robbins, Nomi Marks e tantos outros personagens na sua grade? Bom, além de sermos pentacampeões no futebol e termos Dona Fernandona para representar nosso cinema nacional lindo, tem aquele grande triste fato de que somos o país que mais mata LGBTs no mundo.

Não é dúvida alguma para nós, nerds, que estamos vivendo em tempos perigosos e que qualquer Primeira Ordem Imperial pode ditar uma coisa ou outra… Beijo para o governo russo, que já começou a Copa impondo suas regras homofóbicas a todos os visitantes do mundo. E, como diria nossa amada Princesa Leia, rebeliões nascem da esperança. Além do hexa, eu realmente tenho esperança de que num futuro próximo não precise existir mês/dia/parada de orgulho de nada – nem mesmo de ser coxinha de direita. Claro, nós LGBTs sempre temos que fazer orações para as divas pop antes, durante e depois do percurso do dia a dia, pois nossa felicidade incomoda e incomoda gente que realmente não sabe ser feliz.

Lembram quando começaram a admitir a sexualidade de certos heróis nas HQs? A bissexualidade da Mulher-Maravilha e Capitão América… Pois é, daí também começamos a perceber a homofobia dentro do nosso mundinho nerd. E, gente, Themyscira é baseada na ilha de Lesbos. Para quem não sabe, o autor da personagem vivia um poliamor com duas mulheres, ok? E tem gente que diz realmente que nem o pobre do Steve Rogers pode crushar um boy… Pelo amor, vão procurar reclamar de coisas mais revelantes para a construção do personagem!

E só para deixar uma coisa clara: Arlequina e Hera Venenosa, assim como todo os casais lésbicos, não foram feitas para sua fetichização, caro nerd branco de meia-idade. Eu poderia passar várias horas dialogando sobre várias representatividades do mundo nerd, como Deadpool, Loki, Batwoman… A lista é tão grande que o fator gay de qualquer personagem já nem me surpreende e nem é um choque. E por que para o nerd de meia-idade seria? “Ah, porque na minha época…”. Cada hora que passa, tem uma penca de gente trabalhando em games, filmes, séries e afins só para deixar a ficção mais parecida com a realidade e você ainda acha que o problema é no episódio de alguma série? Cara, levanta a b%$da da cadeira e vai ajudar os LGBTs a não morrerem nas ruas. Virar, quem sabe, um herói de verdade… Ou então só RESPEITE. Já é grande coisa, mesmo que não pareça.

Como não vivemos num mundo perfeito, a luta continua, meninos e meninas… Não só pela sobrevivência, mas por mais representatividade também, afinal, quem não ama ver nossa Canário Branco em cena? Quem não amou ver e rever Me Chame Pelo Seu Nome e Com Amor, Simon? E sabe por que tudo isso existe? Pelo simples fato de a realidade ser esta, seja com LGBTs, negros, mulheres empoderadas. E só para finalizar: vem aí Assassin’s Creed Odyssey, Mulher-Maravilha 1984, CD novo da Pabllo Vittar, Batwoman no Arrowverse, clipe novo da Hayley Kiyoko… Manda mais que está pouco ainda de representatividade no mundo! Só vamos ser feliz e aproveitar. E se for para reclamar, que seja da dívida que o Neymar tem com a Receita Federal. Abraços!