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Crítica | Slender Man – Pesadelo Sem Rosto

Aparecendo pela primeira vez ainda nos primórdios da internet como uma creepypasta criada por Eric Knudsen, a aterrorizante trama do Slender Man (ou “Homem Esguio”, em tradução literal) retrata a figura de um ser humanoide sem rosto e com longos braços que se tornou um fenômeno em meados de 2009 e permeia seu legado até os dias de hoje. Com o passar dos anos, o meme ganhou força o suficiente para não se estabelecer apenas em fóruns, mas também em jogos de videogame, documentários e, mais recentemente, no cinema, no longa-metragem intitulado Slender Man – Pesadelo Sem Rosto.

Dirigido por Sylvain White, a trama do longa gira em torno de quatro amigas que resolvem “invocar” a criatura através de um vídeo na internet, ao melhor estilo O Chamado de ser. E assim como no filme de 2002, o curto vídeo repleto de imagens bizarras e referências illuminati piscando na tela não parece causar tanto impacto nas meninas logo de cara.

No entanto, é quando uma delas, Katie, desaparece durante uma excursão escolar de forma inusitada que as coisas começam a ficar estranhas para Wren, Chloe e Hallie. E é a partir dessa premissa que o filme instaura a busca das remanescentes por Katie enquanto elas mesmas precisam enfrentar seus próprios medos relacionados à figura sem rosto.

É valido dizer que por mais que Slender Man possua diversas adaptações além do fórum, isso não necessariamente significa que elas foram boas, o que já torna o longa de White uma bomba pré-anunciada. E é sentando para assisti-la que a comprovação chega para o espectador, que se vê diante de uma trama absurdamente rasa, sem sentido e clichê. Não há um personagem sequer no filme que tenha o aprofundamento mínimo em sua narrativa, o que torna tudo muito solto e totalmente descompromissado com sua audiência.

Na condução ao medo, por sua vez, Slender Man ainda consegue criar uma certa tensão no espectador em pouquíssimos momentos, mas nada demais. O roteiro caminha de maneira lenta, fazendo com que o interesse do público se perca nas tentativas de inovação dos jumpscares. Essas duas coisas se dão, principalmente, pelo péssimo aproveitamento do elenco e, também, pelo mal desenvolvimento do próprio monstro.

Na creepypasta, Slender Man costuma observar suas vítimas para, então, raptá-las. Por conta disso, no longa, a narrativa construiu-se em cima do pânico dos personagens sobre as expectativas da aparição do humanoide, no entanto, quando o personagem dá as caras efetivamente, não há surpresas ou sustos reais. No máximo, uns jumpscares forçados e previsíveis, que não convencem e, definitivamente, não assustam.

Com isso, a trama se enfraquece ainda mais, entregando, como resultado, um dos mais genéricos títulos de terror lançados recentemente e mais uma adaptação mal-sucedida da clássica creepypasta. Uma pena.