Claws | As maiores manicures que você respeita
Claws é uma série sobre cinco mulheres que trabalham num salão de manicure na Flórida em que tudo não é o que aparenta ser. Além do salão, as cinco atuam com lavagem de dinheiro para uma clínica. A premissa da série é totalmente óbvia, beira o sem graça e não tem nada de inovador quando se trata da vida cotidiana de pessoas “normais” que trabalham para algo que é usado como disfarce para cometer seus crimes, porém Claws não é apenas isso.
O que mais chama atenção na série é o elenco e as personagens que ela tem: Desna (Niecy Nash), Polly (Carrie Preston), Quiet Ann (Judy Reyes), Jen (Jenn Lyon) e Virginia (Karrueche Tran), pessoas totalmente incríveis. Cada uma com a sua particularidade tem uma função, mesmo que mínima, e dá à série um leque de possibilidades do que elas podem se tornar futuramente. Mesmo não fugindo do estereótipo, como a lésbica mais masculinizada, por exemplo, são todas muito bem trabalhadas. A interação das cinco, mesmo que uma delas ainda não esteja fazendo parte do “clubinho”, é ótima. Parece que todas realmente trabalham há anos juntas e se criou uma química peculiar entre elas.
Desna, sendo a protagonista, é a mais bem explorada neste primeiro episódio, mostrando que mesmo ela sendo uma pessoa que trabalha para o crime organizado é humana também. Tem seus problemas na vida pessoal, se sente diminuída por fazer todo um trabalho e seu chefe levar o mérito e, por fim, ela tem um sonho muito distinto do que faz agora. Com os acontecimentos apresentados neste piloto, sua trajetória vai ser algo bem interessante de acompanhar, principalmente como ela se livrará disso tudo para ir atrás do que precisa. Niecy Nash atua acertadamente em todos os momentos necessários de drama com o seu irmão e na comédia, quando está junta com suas amigas de salão.
Quiet Ann também se torna um destaque pela atuação de Judy Reyes, que sempre fez muitos papéis femininos, mas desta vez encarna uma lésbica totalmente masculinizada que serve tanto de segurança para o salão como um alívio cômico incrível na contagem regressiva de Ano Novo.
Além do elenco, o drama da série é bom, mas ela é bem mais tratada como uma comédia, apesar de alguns momentos bem pesados que são mostrados. Não é uma história muito boa, porém é algo que te entretém para continuar assistindo, nem que seja pelo menos o piloto, e não te faz dormir quando acaba de ser exibida. A trama é fraca e alguns momentos do episódio se tornam totalmente previsíveis, como o final deste primeiro.
A trilha sonora é outro ponto realmente muito bom e se torna um destaque, como a música “Bo$$“, do Fifth Harmony, que faz a introdução da série mostrando que as mulheres que mandam ali, e várias outras muito boas, como “Good As Hell“, da Lizzo, e “Salt Shaker“, do Ying Yang Twins.
Claws é uma série que se sustenta pelo elenco que tem, mesmo apresentando uma história óbvia, previsível e cheia de clichês, mas que dá para se tirar boas risadas em seus momentos de comédia e se sentir tocado quando o drama assume o seu lugar.