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Crítica | Um Lugar Silencioso

Mais conhecido por seu papel na série The Office, o ator John Krasinski assume pela terceira vez a cadeira de diretor e mostra muito talento por trás das câmeras ao conduzir o ótimo Um Lugar Silencioso, que também tem Krasinski como um dos roteiristas e protagonista ao lado de Emily Blunt, sua esposa na vida real. O longa se passa num futuro próximo, onde a Terra foi invadida por extraterrestres. Pouco se sabe sobre esses invasores, apenas que são cegos e que, ao captar qualquer barulho, atacam de forma implacável.

A partir desta premissa somos apresentados à família composta por Evelyn (Blunt), Lee (Krasinski) e seus três filhos em um mundo pós-apocalíptico no qual eles precisam aprender a viver neste contexto em que não se pode emitir nenhum som para evitar colocar a própria vida em risco. O maior trunfo de Um Lugar Silencioso está na simplicidade do roteiro, no uso inteligente dos sons e na condução talentosa de Krasinski ao criar um clima angustiante e tenso ao longo de seus noventa minutos de projeção.

O roteiro de Bryan Woods e Scott Beck, juntamente com Krasinski, faz a trama correr de forma fluída e evita passar informações desnecessárias para o espectador, colocando o que é preciso saber em manchetes de jornais, recortes espalhados pela casa da família, assim como em um quadro no qual Lee vai anotando suas descobertas sobre os invasores. Por ser um filme com pouquíssimos diálogos falados, a utilização dos sons e da trilha têm um impacto maior na criação e imersão no ambiente ao qual somos levados.

Todo o elenco de Um Lugar Silencioso funciona muito bem, mas o destaque fica com Emily Blunt, que entrega uma gama gigante de emoções durante toda a projeção apenas com suas expressões e olhar. Seja nos momentos de ternura entre a família ou nas cenas mais angustiantes, a atriz mostra seu talento e o motivo de ser uma das melhores de sua geração.

Por fim, Um Lugar Silencioso é uma obra que segura o público até o término do longa e, mesmo que existam alguns furos em seu roteiro, merece ser visto numa sala de cinema com o melhor som possível. E deixo aqui o desafio de não ficar na ponta da cadeira até o final da projeção.