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Once Upon a Time | 6×13 – Ill-Boding Patterns

Once Upon a Time já saiu faz tempo da sua melhor fase e o primeiro resultado que essa queda de qualidade gera é uma ausência de expectativa. Não esperamos muito da série porque sabemos que dificilmente o resultado será algo excelente. Isso pode ser muito bom, às vezes a série te surpreende positivamente e te anima, mas isso também pode ser péssimo. Ir para um episódio sem esperar muito e mesmo assim sair decepcionado é um problema enorme, e infelizmente foi isso o que aconteceu aqui.

A aparição do herói Beowulf, um flashback para o começo da experiência de Rumple como Dark One e uma inédita mostra de como foi a tão falada guerra contra os ogros. Tantos caminhos para se seguir, tantas possibilidades que essas histórias poderiam gerar… E de nada adiantou. Beowulf nada mais era do que um egocêntrico que não aceitou quando não ganhou o título de herói da guerra. Se tivessem feito suas atitudes de fato se justificarem pelo seu medo do preço a se pagar pela magia das trevas, aí tudo bem, mas quando ele matou inocentes ficou bem claro que não era um herói, mas sim um invejoso covarde. Era uma ótima chance de pegar um personagem heroico muito menos conhecido do que grande parte do elenco da série e fazer algo interessante, mas no final o resultado foi só uma decepção.

Mas na verdade ele foi parte de um problema maior: todo aquele flashback foi completamente sem sentido. Sabemos da necessidade de criar histórias para serem exploradas nos flashbacks, mas depois de um tempo é preciso tomar cuidado com isso. O acréscimo de certos fatos pode acabar prejudicando a cronologia ou simplesmente não fazendo sentido. Essa história foi um exemplo, ver o Rumple se esforçando para não usar sua magia e tentando uma vida com seu filho é algo que deveria ter sido mostrado há muito tempo. E mais ainda, o momento em que Baelfire escurece seu coração não se encaixa na história, nunca houve nenhuma indicação de algo assim ocorrendo, e a inserção desse fato apenas descaracteriza o personagem. O flashback não contou uma história necessariamente ruim, mas esse problema foi bem grande (tão grande quanto a tristeza de ver aquela luta com os ogros usando efeitos especiais da década passada).

Em Storybrooke a situação não estava muito melhor. Gideon é um personagem ruim: imaturo e completamente desinteressante, o filho da Belle parece ter a função de provar para o público que inteligência não é um fator genético. A forma como ele age, as coisas que ele fala, é tudo muito ruim. A imponência que ele apresentou no último episódio antes do hiato sumiu tão rápido quanto apareceu, e ele parece mais um garoto sem a menor noção do que está fazendo e de como resolver seus problemas do que um mago poderoso. Existe uma diferença bem grande entre um personagem complexo e um sem sentido, infelizmente Gideon é o segundo.

E já que problemas no roteiro são os fatores que mais se destacam, aqui vamos falar de mais um: a Rainha Má. Não me incomodo com o seu retorno, ela foi a melhor coisa da temporada até aqui, mas custava fazê-la voltar de uma maneira pelo menos um pouco melhor? A série não precisa de soluções incríveis que choquem o público sempre, mas pelo menos não zombe da nossa inteligência. As cordas douradas que prenderam o Gideon enfraqueceram magias em uso e ela conseguiu fugir da gaiola? Sem problema. O emocional abalado dele fez com que essa magia de duração indefinida enfraquecesse e ela saísse da forma de cobra? Até consigo acreditar nisso. Mas ela simplesmente fugir e depois voltar ao normal quando mordeu alguém que entrou em contato com a anulação de magia da barreira da cidade é o equivalente a um tapa na cara. E mesmo gostando da personagem esse retorno é só a volta da vilã original da série pela quinta vez, então olhando o quadro todo a motivação para isso nem foi tão boa assim.

Quando as consultas do Capitão Gancho com o psicólogo são as melhores coisas da série (e olha que esse drama todo é resultado de outro problema do roteiro) é porque já está na hora de parar. Ignorando as histórias dos próprios personagens e não fazendo esforço nenhum para criar uma que faça sentido ou personagens novos cativantes, a impressão que dá é que estão tentando matar a série. É impossível que este episódio tenha sido o resultado de um trabalho feito para fazer sucesso.