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Once Upon a Time | 6×19 – The Black Fairy

Desde que Awake foi ao ar, OUaT está em um bom momento no que se refere à qualidade geral dos episódios, e The Black Fairy veio para não deixar o ritmo cair e conseguir manter essa qualidade. Apresentando provavelmente a mais interessante e bem construída história da temporada, este episódio foi o que a série precisava para dar um pouco mais de força para sua reta final.

Muitas foram as críticas feitas ao enredo de Once Upon a Time, mas depois de assistir a este episódio algo ficou bem claro com relação ao quinto ano da série: o problema não é tanto a história, mas sim a forma como ela é contada. The Black Fairy conseguiu amarrar de forma bem inteligente vários elementos do roteiro e ainda nos trouxe uma grande reviravolta no que se refere à relação entre Rumple e sua mãe, mas para tudo isso acontecer uma boa parte dos episódios anteriores acabou sofrendo com desenvolvimentos ruins e roteiros fracos. Caímos novamente no problema de que mesmo quando a série apresenta histórias com potencial, os roteiristas não parecem ser capazes de extrair delas todo ele.

Houveram exageros e cenas desnecessárias, como a Zelena atropelando a Black Fairy (até foi engraçado, mas não combinou nem um pouco com o clima do resto da história) ou então a mentira do Rumple sobre ter matado sua mãe no final. Ninguém assistindo à série se surpreendeu com o fato de que o pai do Gideon não matou a grande vilã da temporada, e apresentar essas cenas onde ele engana os outros não traz nenhum benefício para OUaT. Ou ele ficará do lado do mal no final ou se unirá aos heróis (dando uma de agente triplo), não existe outra alternativa e essa mentira não agrega nada para o personagem ou para a série. O espaço de tempo para fazer o casamento poderia ter sido conseguido de maneira mais interessante e criativa.

Todas essas críticas, entretanto, não mudam o fato de que o episódio foi bom. Pela primeira vez em muito tempo a série trouxe uma história nova cativante, de modo que poderiam ser dedicados alguns episódios para explorar a ascensão e queda da Fiona como fada, e provavelmente o resultado seria muito bom. Escolheram contar tudo rapidamente, o que não é necessariamente ruim, mesmo sabendo que esse conto tinha potencial para algo maior, e as cenas que apresentaram essa história com certeza deixaram The Black Fairy muito melhor.

A história da mãe do Rumple uniu diversos elementos que já estiveram presentes em outros personagens, mas mesmo que isso soe como repetição, dessa vez tem um sentido. Ela é a origem do mal que criou Storybrooke e tudo o que ela passou desde o momento que seu filho nasceu faz referência a outros detalhes do enredo que já foram explorados anteriormente, e provavelmente o ponto mais importante seja a origem de sua vida como vilã. Ela é mais um exemplo de que a maldade é algo que pode se desenvolver em situações complicadas. Ela não nasceu maligna, ela se fez assim. E, além disso, fazer um paralelo entre a decisão que ela tomou com seu filho e a que Rumple fez com o dele foi bem inteligente.

The Black Fairy pode não ter sido o melhor episódio da temporada por causa de problemas na forma como a história é contada, mas o enredo em si foi tão interessante que acabou deixando uma marca positiva. Por apresentar bem o passado na nova vilã e deixar tudo preparado para o final da temporada, esse episódio com certeza pode entrar para a lista dos melhores depois do hiato.