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Fora de Cena | Para Sempre Cinderela

Se há alguma gênero que nunca ficará batido ou repetitivo demais, esse gênero é o conto de fadas. Sempre abordam temáticas pertinentes à nossa vida e também nos permitem adaptá-los para nossa realidade. Esse filme de 1998 é mais uma prova da versatilidade dessas histórias tão queridas por pessoas de todas as idades e gerações.

A história base todos já conhecem: Cinderela. Um dos clássicos. A jovem que amava muito seu pai, que com a morte do mesmo tornou-se empregada da madrasta e de suas filhas. Que tal agora introduzir alguns fatos e personagens reais nessa história? É o que acontece neste filme, que já no começo nos apresenta a rainha da França, que convoca os Irmãos Grimm para relatar-lhes uma história que precisava de algumas correções. A história se passa na França do século XVI e tem como personagem principal Danielle de Barbarac, jovem de personalidade forte, generosa e que ama ler. Os livros são para a jovem a única forma de conforto e a mais forte lembrança de seu pai, que infelizmente faleceu quando ela era pequena.

Paralelo a isso somos apresentados ao príncipe da França, um jovem irresponsável, que nada quer com compromissos. Em uma de suas fugas – frequentes – do palácio, ele se depara com ninguém mais ninguém menos que Leonardo da Vinci. Leonardo passa a ter uma representação interessante na história, é o artista, aquele que pensa à frente do seu tempo, e como também virá a conhecer Danielle, terá papel importante no desenrolar da trama. Quando um filme consegue misturar alguns elementos da realidade na ficção sem parecer forçado, como é o caso deste, a história torna-se mais interessante e até nos faz pensar que algo assim seria mesmo possível.

Como a pessoa impetuosa que é, Danielle não poderia deixar que um de seus mais antigos serventes fosse vendido como escravo e, para libertá-lo, se fantasia de dama da corte. É aí que a história começa, pois nesse momento o príncipe aparece e intercede por ela. Ele fica encantado por Danielle, mas ela não se deixa impressionar nem um pouco, pelo menos não de início. O grande medo de Danielle é que o príncipe descubra que ela é na verdade uma empregada e tenta evitá-lo de todas as maneiras, mas já não é possível. O ápice da história seria o baile, mas há uma cena que, para mim, é muito mais significativa, e com certeza para a personagem também. É a primeira vez que o príncipe a chama pelo seu nome verdadeiro.

Este é um filme simples, mas muito bonito, que traz uma nova roupagem para um conto que todos nós conhecemos. A mensagem de generosidade e bondade fica clara, mas também há um elemento novo. Essa questão da impetuosidade e da coragem que Danielle apresenta para enfrentar a madrasta, o príncipe e todos os seus problemas, é importante para manter a história atual. Para mostrar a força das mulheres e que nunca podemos deixar que nos dominem.