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American Gods | 1×03 – Head Full of Snow

Aproveitando a deixa da review do José Guilherme sobre o cliffhanger do episódio anterior, vemos que aqui Shadow conhece finalmente a terceira das irmãs Zoryas e ganha a lua dela, ou a Lady Liberdade, como descobrirá mais tarde. Após o encontro, o ex-detento desafia Czernobog para um segundo jogo de damas, o qual ele ganha desta vez e, para surpresa, o deus aceita ir com ele e Wednesday se no final de tudo ele puder acertar seu crânio com sua marreta. Os dois entram num acordo ali mesmo, deixando a chuva com cheiro de guerra cair sobre o apartamento.

Sobre o interlúdio que abriu o episódio desta vez, vemos uma senhora descobrindo que morreu e o seu espírito sendo levado por Anúbis e a gata, que acredito piamente ser Bast, de maneira bastante natural. Ao subir no topo do que aparenta ser um templo, seu coração é pesado pela justiça do deus. Contudo, a senhora consegue ser boa o suficiente para ir mais além.

Uma das coisas que mais amo em American Gods, além da mistura louca de crenças, é nada mais do que a revivência do passado por muitos esquecidos. Mesmo que a pessoa tenha adotado outras crenças, seu espírito continua ligado ao passado e aos antigos deuses – o que não os faz cair no esquecimento.

Esquecimento este que Wednesday confessa ter medo depois de uma longa conversa com Shadow antes de assaltar um banco de uma maneira tão fácil que faz parecer brincadeira de criança, o que de fato pode ser para o velho deus. Mas é após o medo de voltar para a cadeia e a vontade de fazer nevar que entra um dos diálogos mais importantes entre os dois personagens: o questionamento sobre estar louco ou acreditar em tudo que lhe está acontecendo sobre deuses, magia e poderes, coisas que o grandalhão jamais teria pensando em seu tempo dentro da prisão. No final, ele, assim como nós, se entrega ao fato de que não tem por que não acreditar em tudo isso.

O episódio ainda trouxe de volta Mad Sweeney, que percebe de algumas maneiras meio cômicas que perdeu a sua sorte. Isso o faz ir atrás de Shadow e pedir a sua moeda de volta, mas ele confessa que a jogou no túmulo de Laura, que está atrás do marido no novo hotel que ele está de hospedando e não em seu caixão, como vimos mais explicitamente.

Ainda neste episódio vimos a tão polêmica cena de sexo gay entre Salim, um mortal também sem sorte, e um Ifrit. A cena mostrou bem a passagem do fogo nos olhos de um a outro, o que explicou a adesão da nova identidade de Salim no final e fez bastante sentido. Já o sexo em si… Percebemos que o Starz  não tem pudor algum em demonstrar a nudez dos dois, como já vimos anteriormente com Bilquis e o pênis de Robbie, mas até que achei romântico as chamas refletidas no olhar do Salim, mostrando realmente uma adoração sobre o outro ser. Palmas, vocês fizeram bem e fizeram direitinho.