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American Horror Story: Cult | 7×03 – Neighbors from Hell

Perdendo fôlego semana após semana, Cult continua numa trajetória meio trôpega que infelizmente me fez lembrar mais de Scream Queens do que necessariamente de American Horror Story durante o terceiro episódio. Os elementos promissores do principal mote da temporada continuam patinando em meio a um conjunto de cenas em que a tensão inexiste, apesar dos bons personagens que as protagonizam. O pior de tudo isso é a sensação de estar assistindo ao show definhar de forma tão patética. Sim, eu nunca senti a série na zona de perigo num momento tão antecipável como agora.

As consequências do cliffhanger que colocava Ally numa posição inimaginável para sua postura como representante da extrema esquerda americana, ficou aquém do esperado. Numa hora que se dá ao luxo de ter a clássica participação do roteirista James Wong comandando o texto principal, foi de dar vergonha alheia alguns desvios. American Horror Story sempre quebra expectativas quando aposta na não linearidade dos eventos que organizarão as peças da temporada, porém os saltos temporais em Cult acabam minando a força das reviravoltas.

A morte de Pedro e os protestos na frente do restaurante nem chegaram a emocionar ou implicar perigo para Ally e sua família. Tudo ficou parecendo mais uma questão de ego e hipocrisia da personagem, diminuindo inclusive a identificação que vínhamos criando com o seu sofrimento pós-eleição. Quem surge como trunfo aqui são Kai e o casal Wilton. Evan Peters continua elétrico em cena, e Leslie Grossman e Billy Eichner são facilmente as melhores adições no AHSverse em anos de série. Estou cada vez mais convencido de que eles são os cabeças na gangue de palhaços e já me arrepio só de pensar em como o surgimento do culto vai ser contado pela série.

As máscaras e o visual imagético dos antagonistas da temporada são das coisas mais sensacionais já criadas pela produção, não fazendo feio as suas principais inspirações no gênero de assassinos mascarados. Só achei meio bobo criarem dúvidas sobre a ligação do Dr. Rudy com o culto. O texto tentou desviar a atenção do claro envolvimento da dissimulada Ivy com Kai e companhia, o que para mim não colou. A senha do parent adviser no computador do Oz era CLOWNZ, gente, mais claro impossível. Acredito que o Rudy vai acabar sendo vítima dos palhaços e vão culpar Ally de alguma forma.

Vocês nunca me verão falar mal de Sarah Paulson porque o que essa mulher vem fazendo nos últimos sete anos é simplesmente assombroso. Só acho que não dá para entregar o desenvolvimento de uma temporada inteira ao ponto de vista de um único personagem. Talvez por isso a sensação de repetição que permeou esses três episódios inicias venha incomodando tanto. A gente já viu Ally chorar, gritar e sofrer por todos os ataques organizados pelo culto. Suas fobias já são nossas companheiras, sua postura nosso guia, mas não dá para carregar tudo só com isso.

Assim, por enxergar a traição de Ivy e as jogadas dos vizinhos trolls como a “luz” no fim do túnel em Cult, fico confiante de que logo, logo teremos a reviravolta que o sétimo ano precisa para se recuperar de um começo tão fraco. Em parte, falo isso como um dos maiores fãs da série, em parte por enxergar boas pretensões que ainda não conseguiram se realizar.

American Horror Story já fez mais e pode ser mais. O potencial desse ano é proporcional à capacidade de tudo o que pretendem fazer dar errado, mas ainda é cedo para falar de fracasso. Só não quero me decepcionar novamente. Hotel já bastou para mim.

P.S.: Alguém só me responde: o que é que Colton Haynes está fazendo na série? Dispensável.

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