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How to Get Away with Murder | 4×03 – It’s for the Greater Good

As coisas estão começando a ficar mais sombrias a partir de agora em How to Get Away with Murder. Aumentando o ritmo e mantendo os apelos sociais, It’s for the Greater Good trouxe aos espectadores novas perspectivas sobre o que está se passando com Annalise e os Keating Four (e agregados) antes dos acontecimentos do principal plot da temporada.

Para começar, Connor decidiu largar a faculdade de direito. Asher está mais perdido do que cego em tiroteio agora que Michaela conseguiu o estágio na Caplan & Gold e Laurel permanece na busca por provas que possam ligar seu pai à morte de Wes (sim, ainda estamos nisso. Não, ninguém aguenta mais). Paralelo a isso, temos Bonnie ainda trabalhando na promotoria e Nate pronto para deixar Annalise no mesmo poço onde ela o deixou diversas vezes.

Para isso, ele vaza uma informação sigilosa sobre o novo cliente da advogada, um homem que foi acusado de matar sua namorada durante uma discussão. Com o caso, a série traz o contexto social à tona novamente, uma vez que Ben Carter é um ex-integrante de uma gangue que ainda leva consigo as marcas da fase obscura de sua vida através de tatuagens e que, por conta disso, acaba sendo julgado mais por seu passado do que pelo fato em si.

E é entre idas e vindas ao tribunal que somos informados de que Annalise ainda está em condicional, através de uma cena desnecessária da advogada colhendo uma amostra de urina. Desnecessária também foi Laurel, que estava no mesmo banheiro que sua ex-professora no momento e jogou (mais uma) lição de moral para cima de Annalise. Haja persistência para ser chata assim!

Mas o encontro das duas não foi ocasional. Laurel foi à promotoria para tentar convencer Bonnie a contratá-la como estagiária. Ela tentou usar o argumento da aluna grávida e com notas ruins para persuadi-la, mas não deu certo. Logo depois de ter seu pedido negado pela promotora, Laurel recorre a Frank para que ele tente fazer com que Bonnie mude de ideia. Como a própria “BonBon” disse, ela não conseguiu com a mamãe e foi tentar com o papai.

E deu certo, óbvio. Frank não sabe dizer “não” para Laurel. E Bonnie não sabe dizer “não” para Frank. Ela consegue o estágio, mas Bonnie faz questão de reforçar que foi apenas por causa do pedido de Frank. Agora, o que eu não entendo é por que diabos Laurel só mexe na barriga quando é para se fazer de vítima ou dar uma lição de moral em alguém? Os movimentos são tão ensaiados que acabam ficando forçados – o que aumenta ainda mais o ranço contra a personagem que, a propósito, está esperando um menino.

Já na Caplan & Gold, acompanhamos Michaela no momento “passa ou repassa” do episódio. Isso porque a empresa tem o hábito de fazer um Hell Bowl, um quiz entre os estagiários com perguntas sobre a empresa. O que ganhar, terá direito a escolher com qual dos advogados quer trabalhar. Como estamos em um programa de TV e as coisas precisam fluir, não precisa ser vidente para entender que é Michaela quem leva o prêmio. Com isso, ela acaba escolhendo trabalhar com a advogada responsável pela empresa do pai de Laurel para tentar ajudá-la na investigação.

Enquanto isso, nem tudo são flores para nossa querida advogada Annalise. Ela está cercada por pessoas que querem controlá-la a qualquer custo, inclusive seu terapeuta, que ainda duvida de sua sobriedade. Principalmente agora que ela precisa de ajuda para não voltar ao vício depois de receber a notícia de que sua ex-colega de cela e cliente, Jasmine Bromelle, morreu de overdose poucos dias depois de ganhar o caso e sair da cadeia. A advogada conta também que estar sobrecarregada com trabalho a faz sentir-se bem, e Isaac questiona se o ego ou a ambição valem a pena para ela arruinar sua própria vida. O terapeuta também recomenda que ela desacelere o ritmo, pois somente ela pode se salvar. E Annalise rapidamente rebate dizendo que ele não irá quebrá-la. Seria isso um gatilho para os dois começarem a aproximação mostrada no plot?

Também tivemos direito a um momento que eu gostaria de apelidar de How I Met Your Murder. Já que após revelar que recebeu o reembolso da faculdade, Connor passa por uma intervenção dos Keating Four. O momento é preenchido por Laurel dando a resposta-chave para Michaela ganhar o Hell Bowl, discursos sobre como eles são uma família a partir de agora e aquilo que eu considerei como o elemento mais sem sentido da cena: Frank cozinhando para o grupo e participando da intervenção. Sim, assim mesmo. O argumento usado foi o de que Frank havia procurado Asher para que ele pudesse ajudá-lo a estudar para as provas.

Por mais que eu goste quando Frank está ligado aos Keating Four, acho que os roteiristas poderiam ter encontrado uma outra justificativa para devolvê-lo ao grupo. Mas, de certa forma, dá para entender que o argumento também valeu para que ele e Asher não ficassem tão soltos na narrativa. Afinal, Connor e Laurel têm seus próprios plots, e por mais que Asher esteja com a Michaela, é inegável o destaque dado a ela nesta nova fase da trama. Isso estava deixando-o meio esquecido na história, e esse vínculo criado com Frank e Connor pode ser bem aproveitado novamente mais pra frente. Mesmo que seja apenas para que Frank faça almôndegas para eles outra vez.

Mas, de longe, a melhor parte do episódio foi o primeiro confronto entre Annalise e Bonnie após a demissão. A advogada não hesita em dar as caras ao ver sua ex-parceira conversando com Nate no estacionamento. Ela acreditava que foi Bonnie quem vazou a informação sobre Ben só para prejudicá-la e aproveitou o momento para falar umas boas verdades para a promotora. Ainda jogou na cara da coitada que ela é uma péssima advogada. Bonnie ficou quieta com as acusações e Nate logo esclareceu as coisas para Annalise. De qualquer forma, sabemos que as duas não vão voltar à paz e harmonia que estavam antes. E essa cena foi apenas o prenúncio de um bad blood que promete ser tão turbulento quanto o de Taylor Swift e Katy Perry. Tragam as pipocas!

Durante o flashforward, somos apresentados a mais uma testemunha (ou seria culpada?) do caso. Michaela está no berçário do hospital coberta de sangue e em pânico. Ao ver Isaac (nota: eles já se conhecem neste ponto da trama), ela fica aos prantos se perguntando sobre – o que seria mais plausível de ser – o bebê de Laurel. É possível que Laurel tivesse entrado em trabalho de parto e Michaela estivesse com a amiga na hora, o que justificaria o fato de ela estar suja de sangue. De qualquer maneira, o que as duas estariam fazendo no hotel de Annalise no momento do crime? Será que elas estavam em outro lugar e o plot acompanha duas histórias simultâneas?

Particularmente, a melhor decisão dos roteiristas nesta temporada foi voltar com os casos semanais. O show de Viola Davis nos tribunais fictícios da série é sempre emocionante de se acompanhar. E por mais que tenhamos Laurel com o drama em torno da morte de Wes, a partir de agora com Michaela entrando para ajudá-la, fico confiante de que as coisas possam ganhar um rumo mais interessante – principalmente se considerarmos que o plot principal possa ser uma consequência dessa investigação, já que as duas estão envolvidas diretamente nele.

Além disso, temos Bonnie e Nate, que ainda estão no processo de aproximação, mas que logo, logo podem ser desenhados como um novo casal da série. Ainda temos também as tramas de Connor e Ollie, que estava envolvido no vazamento da informação sobre Ben Carter neste episódio e nenhum dos personagens do grupo principal sabe ainda. De um modo geral, It’s for the Greater Good foi um bom episódio e, certamente, me deixou na curiosidade para saber o que ainda está por vir e como será a resolução desses casos nesta primeira metade da temporada da série.