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Krypton | A história não contada da família El

Duzentos anos antes de Kal-El ser enviado à Terra, seu avô Seg-El perambulava pelas ruas de Kandor City descobrindo segredos de família que o levaria a lutar pelo real sentido do símbolo desta casa. O “S”, que tanto é batido como sinal de esperança em Supergirl, Smallville e em diversas outras vezes em que os herdeiros pródigos de Krypton souberam usá-lo para manifestarem-se em defesa do universo, aqui é um símbolo de traição e de algo muito proibido entre kryptonianos.

Val-El, avô de Seg, é condenado à Zona Fantasma por ir contra os preceitos religiosos de Rao e todo o autoritarismo colocado contra uma verdade científica: kryptonianos não estão sozinhos no universo. Soa familiar? Sempre. Mas ao tentar demonstrar isso aos governantes, Val é condenado por ninguém aceitar que o fim do mundo deles está próximo (algo que também se repetirá no futuro com Jor-El em alguma das versões do fim do planeta), pois o avô de Seg descobriu justamente algo bem temido e conhecido por nós, Brainiac.

Quem é fã da DC sabe muito bem como a inteligência de Brainiac atua, coletando mundos e os destruindo. Lembra também do plot de Injustice 2, que começa sua storyline lá em Kandor City com uma Kara Zor-El já em desespero para salvar seu mundo. Krypton é uma série que soa como um prequel para todo este plot no universo do Superman, não fosse pelo elemento de Adam Strange, que surge do nada na sua frente e vindo do futuro para alertar Seg sobre uma nova ameaça… Adivinhem só… Brainiac!

Strange pede a Seg que encontre seu lugar de direito dentro da história toda para que assim, no futuro, o Superman exista. Claro que sem acreditar num maluco vestido estranho, Seg nem dá bola para nada e continua sua vidinha de amante da avó do General Zod, Lyta. No meio de tudo isso, os escritores ainda colocam um triângulo amoroso para a vidinha chata de Seg, já que um dos homens que condenou seu avô está sem o que fazer e pede para que ele se junte à sua casa através de sua filha mais nova, Nyssa-Vex.

O que é mais interessante neste piloto é que Seg não quer saber de nada na vida além de sobreviver e ajudar seus pais a fazerem o mesmo, já que foram banidos da corte do planeta. Mas reviravolta acontece e ele termina o episódio sozinho, tendo que pensar que o mundo não gira em torno dos bares que frequenta, que a ordem religiosa em Krypton realmente afeta sua vida – não a amorosa, já que a Casa de Zod é militar e a sua é de traidores – e que realmente as pessoas colocaram muita pressão num garoto bobo. Talvez seja interessante ver esta jornada do herói com o amadurecimento do personagem, que num só piloto já muda bastante, porém fica a critério no nível de fã de cada um.

Krypton tem potencial para trazer respostas a quem realmente gosta da DC, como por exemplo ser criada por ninguém menos que David S. Goyer (Batman Begins, Batman v Superman, Constantine, O Cavaleiro das Trevas Ressurge). Se a série vai ter alguma ligação com o que anda rolando no mundo da DC atualmente, como Supergirl na TV ou Liga da Justiça no universo cinematográfico, não sabemos ainda, mas o “S” usado parece bastante com o mesmo no peitoral de Henry Cavill. Contudo, se o protagonista Seg continuar com essas atitudes adolescentes e cara de bobalhão toda vez que descobrir algo sobre o legado de sua família, não vai dar para aguentar muito tempo mais esta tentativa de uma série da DC.

Claramente não é uma série da CW (mesmo com muito plot adolescente rolando), mas Krypton vai ter muito o que socar na cara dos outros para poder se manter como uma boa série também. Mesmo com todos os elementos aliens detalhados, como a escrita que já vimos em Smallville e mais recentemente em Supergirl, a produção carece de bons atores e também na forma de montagem na estrutura de seu roteiro – que veio só neste primeiro episódio jogando provavelmente tudo de melhor na nossa cara… E como já vimos isso anteriormente no trailer de Esquadrão Suicida, por exemplo, talvez não seja o caso de acompanhar semanalmente a série não. Quem sabe ver tudo de uma vez quando acabar seja bem melhor do que uma surra de episódios ruins por semana?