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Arrow | 6×10 – Divided

A melhor forma de explicar os eventos de Divided é a seguinte: não é bem o que os fãs queriam, mas sim o que a série precisava. Depois das decepções sofridas no episódio anterior, Arrow precisava fazer algumas mudanças e tentar resolver alguns problemas. Isso pode não ter acontecido de fato, mas pelo menos a série entrou em um caminho um pouco mais promissor.

A fragmentação do Team Arrow foi um dos principais problemas vistos nos eventos mais recentes da série, e é o melhor exemplo de como os roteiristas estão tentando dar uma cara mais interessante para essa situação nada inovadora. Todas as outras vezes que algum membro deixava a equipe ou o personagem sumia por um tempo ou pelo menos deixava de fazer parte das cenas de ação, mas dessa vez as coisas parecem diferentes.

Presenciamos neste episódio o nascimento de uma equipe paralela à principal e que promete fazer as coisas de modo diferente. Provavelmente as duas equipes vão trabalhar juntas na maioria ou até em todas as missões envolvendo os principais vilões da temporada e no final voltamos a ter um grupo só, mas enquanto esses eventos não chegam é bom ver que esses personagens não serão esquecidos pelo roteiro, especialmente depois que alguns deles foram tão bem explorados em momentos anteriores.

Além de tentar “consertar” a história, Divided também teve claramente a função de acelerar a narrativa: todos agora sabem quem são os vilões, a aposentadoria da equipe nova já acabou e o problema no braço do Diggle já foi curado. Este último em especial foi uma surpresa, não por ter sido resolvido agora, mas porque levou mais tempo do que eu esperava para curarem o Spartan. Essa acelerada brusca no ritmo poderia comprometer a série, mas no final acabou tendo um saldo positivo. Mudanças eram necessárias e, apesar de tudo ter acontecido bem rápido, pelo menos não deve haver mais perda de tempo com diálogos arrastados e reclamação por parte dos dois lados sobre “quem traiu quem” e etc.

Mas ignorando um pouco esse enredo central teve outra coisa que se destacou aqui: as conversas entre Quentin e Thea. Esses dois têm uma relação muito boa na série e geralmente quando estão juntos o público presencia diálogos interessantes, que foi justamente o que aconteceu aqui. No começo da temporada a dificuldade do Quentin em aceitar que a Black Siren não era a sua Laurel beirava o irritante, mas depois que a vilã o salvou apareceu aí uma oportunidade de redenção, mesmo que muito pequena. Essa nova empreitada dos dois para tentar converter sua inimiga pode gerar situações interessantes e com certeza parece mais promissor do que toda a situação envolvendo duas equipes diferentes.

Divided foi um episódio muito melhor que seu antecessor, resolveu problemas, acelerou o enredo e trouxe possibilidades interessantes. Essa temporada pode acabar se tornando muito boa nos próximos capítulos, desde que os roteiristas consigam trazer situações inovadoras e diálogos de qualidade. Arrow já teve essas duas coisas e não faz tanto tempo, então não é muito otimismo esperar por uma melhora depois do que vimos aqui.

Obs.: Depois dessas referências à Caçadora eu preciso que ela volte para a série, até porque a esperança é a última que morre.