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Arrow | 6×22 – The Ties That Bind

Arrow continua sua série de bons episódios consecutivos, e mesmo ainda não tendo entregado nenhum capítulo livre de problemas, pelo menos é possível ver a série caminhando para uma direção muito melhor do que antes. The Ties That Bind entregou muita ação e alguns bons diálogos, e faltando apenas um episódio para o fim da temporada, é realmente bom ver algo do tipo.

Completamente focado no combate direto entre os vigilantes de Star City e os capangas de Diaz, os roteiristas mostraram que sabem como chamar a atenção do público. Esse foi um dos episódios mais focados em ação de toda a temporada e o fato de que esse grande confronto foi bem executado é o principal pela qualidade geral do capítulo. As coreografias de luta não deixaram a desejar, a enorme quantidade de tiros e explosões fez tudo parecer maior do que o normal e a grande quantidade de personagens envolvidos deu uma cara de “confronto final da temporada”. Mesmo sabendo que a maior das batalhas ainda está por vir, foi bom ver tudo isso agora, especialmente se quiserem dar destaque a uma luta entre Oliver e Diaz. Nós já temos noção da proporção do combate e uma batalha final mais isolada não diminuiria a grandiosidade que o roteiro está dando para esse combate.

No meio de todos os tiros, Arrow ainda teve tempo para explorar os personagens e trazer até mesmo um pouco de desenvolvimento para o Arqueiro. Todas as interações entre Lyla e John foram ótimas, e é bom ver essa personagem participando das lutas. Dinah está mais parecida com o que era antes, apesar de ainda estar agindo de modo mais agressivo. Pelo menos a forma como ela usou o grito sônico foi bem divertida. É bom ver as interações entre Rene e sua filha, uma vez que a pequena fã de hóquei foi, durante toda a temporada, a melhor personagem mirim da série (não que o William de fato seja muita competição, mas ela realmente é mais carismática e bem escrita). O Curtis foi, provavelmente, o personagem que menos chamou atenção. Seu novo namorado não teve tempo de tela o bastante para o público se importar com o seu bem-estar e todo esse relacionamento parece ter sido escrito às pressas e muito raso. Se o policial sobreviver, talvez na próxima temporada ele se torne mais interessante, mas por enquanto ele não faz diferença.

Enquanto tudo isso acontecia, Oliver parece finalmente ter ganhado um pouco mais de desenvolvimento. A forma como o casal principal da série lidava com o trabalho de vigilante foi um dos problemas que fez com que eles não dessem certo, e todo ano tem pelo menos um episódio no qual a Felicity se arrisca para tentar salvar todo mundo e em seguida ouve reclamações ao invés de obrigado. Mas graças às conversas que os dois tiveram, e que foram muito menos dramáticas e repetitivas do que o esperado, parece que o pai do William finalmente entendeu que trabalhar em equipe significa confiar e de fato trabalhar junto da outra pessoa. Demorou, mas quem sabe isso seja um bom sinal para uma futura volta do Team Arrow na próxima temporada.

Mas, como dito antes, nem tudo foi perfeito. O “porém” deste episódio foi Ricardo Diaz e todo seu poder. O personagem começou parecendo não ser um adversário à altura, aí teve um episódio inteiro para si que foi ótimo e mostrou bem suas motivações e sua forma de agir, mas depois disso tudo foi por água abaixo. Depois de The Dragon, Diaz só teve problemas: ficou muito mais difícil levar o personagem a sério como grande vilão devido à forma com a qual ele age, o seu poder começou a parecer muito maior do que deveria e agora ele também não morre com uma explosão de prédio. O roteiro quis a todo custo fazer com que ele parecesse temível, mas conseguiu o efeito contrário e fez todo o resto parecer insignificante.

O Quadrante foi apresentado como a organização criminosa mais poderosa dos EUA, um grupo de criminosos de elite que comanda tudo o que acontece no submundo. Diaz, que era um simples traficante, entrar para o grupo se explica pela forma como ele agiu e pelo fato de que ele tinha algo valioso para oferecer, mas a forma como ele lida com os outros membros do grupo, ou melhor, como o resto do Quadrante lida com ele, é muito problemático. Em menos de meia hora ele mata dois daqueles que deveriam ser os maiores entre os criminosos e, além de não sofrer retaliação, ainda tivemos que ver um desses “grandes mafiosos” tremendo de medo como se fosse uma criança. Diaz poderia ter sido um bom personagem, mas todo o seu poder parece artificial e forçado demais. Um bom exemplo disso foi a forma como a CW estava anunciando o episódio: “Ele (Diaz) tem um exército!”. Toda temporada tem algum exército do mal envolvido em alguma grande batalha no final, a diferença é que das outras vezes o número de adversários fazia mais sentido.

The Ties That Bind conseguiu preparar muito bem o terreno para o season finale e entregou ação o bastante para deixar o público grudado na tela. Pena que ao mesmo tempo foi o episódio que selou o destino de Diaz como um vilão fraco e esquecível. Fica a torcida agora para que tudo o que vimos ao longo do último ano não tenha sido em vão e que o próximo episódio entregue algo grandioso. Arrow realmente precisava acertar neste final para compensar os erros do meio do caminho.